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FMI reduz previsão de crescimento do Brasil

Depois de uma expansão de 7,5% em 2010, o ritmo de crescimento tem sido muito tímido: uma alta do PIB de 2,7% em 2011; 1% em 2012 e 2,3% em 2013

FMI: o fundo também reduziu a expectativa de expansão do PIB brasileiro em 2015 para 2,7%, contra 2,8% da previsão de janeiro (foto/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2014 às 19h14.

O Brasil, maior economia da América Latina e sede da Copa do Mundo de 2014, crescerá apenas 1,8% este ano, em vez dos 2,3% previstos em janeiro, anunciou nesta terça-feira o Fundo Monetário Internacional ( FMI ).

A "baixa velocidade" da economia brasileira se deve "às restrições na oferta de infraestrutura e um fraco crescimento no investimento privado, que se reflete na falta de competitividade e uma baixa confiança empresarial", assinala o Fundo no relatório de perspectivas mundiais.

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Depois de uma expansão de 7,5% em 2010, o ritmo de crescimento tem sido muito tímido: uma alta do PIB de 2,7% em 2011; 1% em 2012 e 2,3% em 2013.

O governo brasileiro tem uma previsão para 2014, con uma estimativa de crescimento de 2,5%, enquanto o Banco Central reduziu a projeção para 2% e o mercado a apenas 1,63%.

O frágil crescimento do Brasil em 2014 contrasta com a expansão que deve ser registrada pelos vizinhos, como Peru (+5,5%), Colômbia (+4,5%) e Chile (+3,6%). Além disso, ficará abaixo dos 2,5% previstos pelo FMI para a região América Latina e Caribe.

O FMI também reduziu a expectativa de expansão do PIB brasileiro em 2015 para 2,7%, contra 2,8% da previsão de janeiro.

Em meio às perspectivas frágeis, a agência Standard and Poor's rebaixou em março a nota da dívida soberana do Brasil de "BBB" a "BBB-", o menor nível da categoria grau de investimento.

O fato foi considerado pelas autoridades brasileiras como "inconsistente com as condições econômicas do país", que em feveriro registrou traxa de desemprego de 5,1%, com renda em alta.


Economia no limite

A respeito da inflação, uma das principais dores de cabeça do Brasil, o FMI espera que permaneça no limite máximo estabelecido pelo Banco Central (6,5%), estimulada, entre outros fatores, pela desvalorização do real (o que encarece as importações com o dólar mais caro).

Também influencia, segundo o FMI, a "limitada capacidade ociosa" do país. A capacidade ociosa é o espaço de capacidade produtiva que não está sendo utilizado, mas que pode ser ocupado sem que isto encareça os custos.

Em outras palavras, o Brasil poderia estar no teto de sua capacidade produtiva, limitando a oferta em um país com desemprego reduzido e onde o consumo é um importante motor da economia, o que costuma aumentar os preços.

De acordo com o FMI, as políticas econômicas foram orientadas para o ajuste monetário este ano - o que implica progressivas altas na taxa de juros - com uma política fiscal que deve manter uma postura neutra em termos gerais em 2014.

Com o objetivo de controlar a inflação, o Banco Central elevou nove vezes consecutivas a taxa de juros, atualmente em 11%, mas não fechou a porta para novos aumentos.

As decisões foram tomadas apesar do risco da alta dos juros elevar o endividamento e afetar o consumo, o que também prejudicaria o crescimento.

Apesar dos esforços, o índice de preços ao consumidor permanece em alta. Em fevereiro subiu 0,69%, acumulando 5,68% em 12 meses. O número está muito acima do centro da meta de 4,5% e se aproxima da margem máxima de 6,5%.

Para o FMI, a inflação em 2014 será de 5,9% e em 2015 de 5,5%.

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