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Financiamento para veículos deve ficar estagnado em 2014

Crédito automotivo no Brasil deve estagnar diante do mix de juros mais altos e encarecimento dos carros com fim de incentivos fiscais

Consumidora olha carros em uma concessionária da Fiat no Rio de Janeiro: estoque de crédito para compra de veículos somava R$ 228,6 bilhões no fim de 2013 (Dado Galdieri/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2014 às 17h13.

São Paulo - O crédito automotivo no Brasil deve estagnar em 2014, após dois anos de queda, previu nesta quinta-feira a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), diante do mix de juros mais altos e encarecimento dos carros com fim de incentivos fiscais e exigência de mais itens de segurança.

No fim de 2013, o estoque de crédito para compra de veículos, incluindo CDC e leasing, somava 228,6 bilhões de reais, queda de 5,6 por cento ante 2012, que já tinha caído 1 sobre 2011.

"Os últimos anos não foram bons e a perspectiva é de que 2014 será o ano mais triste de todos", disse a jornalistas o presidente da Anef, Décio Carbonari, prevendo crescimento zero para o período. "A economia dá sinais de enfraquecimento." Os dados estão em linha com números divulgados mais cedo neste ano pela indústria automotiva. Segundo a Anfavea, que representa as montadoras, o total de novos licenciamento de veículos no país no ano passado caiu 0,9 por cento ante 2012, a 3,77 milhões de veículos, primeira queda anual em uma década. Para este ano, a Anfavea espera crescimento de 1,1 por cento.

A Anef atribuiu o fraco desempenho do setor às baixas ofertas de financiamentos pelos bancos comerciais e atividade econômica.

O resultado só não foi pior porque os bancos de montadoras assumiram o espaço deixado por grandes bancos comerciais e fizeram ações agressivas, como taxa zero em financiamentos. Com isso, sua fatia na liberação de empréstimos para compra de veículos cresceu de 53 para 60 por cento entre 2012 e 2013.

Assim, o percentual de compras à vista até caiu, passando de 39 para 37 por cento do total.

Nos últimos anos, os bancos reduziram a concessão de crédito automotivo, linha que lhes provocou fortes perdas com calotes. A carteira total do Itaú Unibanco para o setor, por exemplo, caiu 15 por cento entre 2011 e 2013.

O maior rigor dos bancos deu resultados. O índice de atrasos acima de 90 dias nas linhas automotivas caiu de 6,4 para 5,2 por cento. Sem mencionar números, Carbonari afirmou que a tendência segue de queda neste ano.

Para 2014, os financiamentos devem se manter nos níveis do ano passado, apoiados em baixas taxas de desemprego e manutenção do poder de compra das famílias, disse o executivo.

Nesta quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que a taxa de desemprego do país em janeiro ficou em 4,8 por cento, a menor do história para o mês, enquanto o rendimento médio subiu 0,2 por cento sobre dezembro e 3,6 por cento ante janeiro de 2013.

Por segmentos, a Anef avalia que o financiamento de automóveis deve ficar estável, o de motocicletas deve cair, enquanto o de caminhões crescerá, puxado por maiores investimentos em infraestrutura.

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São Paulo - O crédito automotivo no Brasil deve estagnar em 2014, após dois anos de queda, previu nesta quinta-feira a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), diante do mix de juros mais altos e encarecimento dos carros com fim de incentivos fiscais e exigência de mais itens de segurança.

No fim de 2013, o estoque de crédito para compra de veículos, incluindo CDC e leasing, somava 228,6 bilhões de reais, queda de 5,6 por cento ante 2012, que já tinha caído 1 sobre 2011.

"Os últimos anos não foram bons e a perspectiva é de que 2014 será o ano mais triste de todos", disse a jornalistas o presidente da Anef, Décio Carbonari, prevendo crescimento zero para o período. "A economia dá sinais de enfraquecimento." Os dados estão em linha com números divulgados mais cedo neste ano pela indústria automotiva. Segundo a Anfavea, que representa as montadoras, o total de novos licenciamento de veículos no país no ano passado caiu 0,9 por cento ante 2012, a 3,77 milhões de veículos, primeira queda anual em uma década. Para este ano, a Anfavea espera crescimento de 1,1 por cento.

A Anef atribuiu o fraco desempenho do setor às baixas ofertas de financiamentos pelos bancos comerciais e atividade econômica.

O resultado só não foi pior porque os bancos de montadoras assumiram o espaço deixado por grandes bancos comerciais e fizeram ações agressivas, como taxa zero em financiamentos. Com isso, sua fatia na liberação de empréstimos para compra de veículos cresceu de 53 para 60 por cento entre 2012 e 2013.

Assim, o percentual de compras à vista até caiu, passando de 39 para 37 por cento do total.

Nos últimos anos, os bancos reduziram a concessão de crédito automotivo, linha que lhes provocou fortes perdas com calotes. A carteira total do Itaú Unibanco para o setor, por exemplo, caiu 15 por cento entre 2011 e 2013.

O maior rigor dos bancos deu resultados. O índice de atrasos acima de 90 dias nas linhas automotivas caiu de 6,4 para 5,2 por cento. Sem mencionar números, Carbonari afirmou que a tendência segue de queda neste ano.

Para 2014, os financiamentos devem se manter nos níveis do ano passado, apoiados em baixas taxas de desemprego e manutenção do poder de compra das famílias, disse o executivo.

Nesta quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que a taxa de desemprego do país em janeiro ficou em 4,8 por cento, a menor do história para o mês, enquanto o rendimento médio subiu 0,2 por cento sobre dezembro e 3,6 por cento ante janeiro de 2013.

Por segmentos, a Anef avalia que o financiamento de automóveis deve ficar estável, o de motocicletas deve cair, enquanto o de caminhões crescerá, puxado por maiores investimentos em infraestrutura.

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