Economia

Fed mantém estímulos com pausa da atividade econômica

O banco central norte-americano reafirmou que continuará comprando títulos até melhora da perspectiva para o emprego no país


	Federal Reserve: compras mensais de 84 bilhões de dólares foram mantidas
 (Getty Images)

Federal Reserve: compras mensais de 84 bilhões de dólares foram mantidas (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2013 às 17h08.

Washington  - O Federal Reserve, banco central norte-americano, manteve nesta quarta-feira as compras mensais de 85 bilhões de dólares de seu plano de estímulo, afirmando que o crescimento econômico foi interrompido, mas indicando que a desaceleração provavelmente é temporária.

Dizendo que o mercado de trabalho continua em ritmo modesto de melhora, o Fed repetiu a promessa de continuar comprando títulos até que a perspectiva para o emprego melhore significativamente.

"O crescimento na atividade econômica pausou nos últimos meses, em grande parte em razão de obstáculos relacionados ao clima e outros fatores transitórios", disse o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) em seu comunicado de janeiro.

O banco central acrescentou que o investimento empresarial ganhou fôlego à medida que as condições financeiras foram aliviadas nos últimos meses.

A presidente do Fed de Kansas City, Esther George, em seu primeiro voto no comitê, foi contrária à manutenção do estímulo da autoridade monetária.

O programa de compra de bônus do Fed é parte dos esforços sem precedentes do banco central para desencadear uma recuperação econômica mais forte e reduzir o desemprego.


O Fed manteve as taxas de juro overnight quase zeradas desde o fim de 2008 e triplicou seu portfólio de ativos para cerca de 3 trilhões de dólares por meio da compra de títulos, que tem como objetivo diminuir os custos de financiamento de longo prazo.

No entanto, a recuperação da recessão de 2007/09 tem sido persistentemente morna.

Um relatório publicado nesta quarta-feira mostrou que os EUA contraíram de forma inesperada no quarto trimestre, embora economistas afirmem que os dados superestimaram o enfraquecimento. Eles dizem esperar que a recuperação ganhe força ao longo do ano.

Entretanto, a economia tem se mostrado fraca demais para realizar grandes progressos na redução do desemprego. Dados publicados na sexta-feira devem mostrar que a taxa de desocupação permaneceu em 7,8 por cento em janeiro pelo terceiro mês consecutivo.

Desde setembro, quando o Fed lançou sua mais recente rodada de "quantitative easing", ou compra de ativos, a autoridade monetária tem afirmado que vai comprar bônus até ver uma melhora significativa na perspectiva para o mercado de trabalho, um registro que, segundo muitos analistas, não será atingido neste ano.

Mais da metade dos 41 economistas ouvidos pela Reuters mais cedo neste mês disseram esperar que as compras continuem até 2014.


Mas a ata da reunião anterior do Fomc, em dezembro, mostrou que alguns membros da instituição acreditam que o programa deve ser interrompido até meados de 2013, surpreendendo os mercados financeiros.

Alguns membros do Fed expressaram preocupação com a possibilidade de que quaisquer benefícios econômicos adquiridos com a compra de bônus possam ser compensados por custos crescentes.

Algumas autoridades alertaram que a expansão monetária pode desencadear uma bolha nos preços de ativos, prejudicar o funcionamento do Tesouro e dos mercados de bônus lastreados em hipotecas, e talvez levar o Fed a sofrer uma perda quando eventualmente vender ativos para reduzir seu portfólio, o que também pode ter sérias consequências políticas.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve SystemMercado financeiroPaíses ricos

Mais de Economia

Após pedido do governo, Zanin suspende liminar que reonera a folha de pagamentos por 60 dias

Haddad: governo anuncia na próxima semana medidas sobre impacto e compensação da desoneração

Fiergs pede ao governo Lula flexibilização trabalhista e novas linhas de crédito ao RS

É possível investir no exterior morando no Brasil?

Mais na Exame