Fazenda admite que pode haver 'ajustes futuros' na isenção para compras de importados até US$ 50
Antes de reavaliar o programa que passou a valer no início deste mês, o governo vai esperar as empresas interessadas aderirem ao programa
Agência de notícias
Publicado em 11 de agosto de 2023 às 18h54.
Última atualização em 11 de agosto de 2023 às 19h11.
Pressionado pelas varejistas brasileiras, o governo federal estuda rever o Programa Remessa Conforme, para dar isonomia entre firmas nacionais e estrangeiras. Em nota, o Ministério da Fazenda admitiu a possibilidade de "ajustes futuros".
"Continuam valendo todas as regras do programa de conformidade Receita Conforme, e prosseguem as negociações, sob o comando do ministério, quanto a futuros ajustes na alíquota federal", disse o Ministério.
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Em entrevista à Globonews, por sua vez, o secretário executivo da pasta, Dario Durigan, afirmou, na última quinta-feira, quehaverá "isonomia" com as empresas nacionais. Pelas regras atuais, as compras internacionais no valor de até US$ 50, por pessoas físicas, são isentas do imposto de importação.
"Evidentemente, o varejo brasileiro, as empresas brasileiras, têm reclamado, dizendo que querem isonomia no tratamento tributário. E o que o Ministério da Fazenda tem dito é que vai haver isonomia", disse Durigan.
Ele explicou que os estudos só serão feitos após a adesão das empresas estrangeiras ao programa. Disse que não é possível saber quantas empresas pediram para aderir ao Remessa Conforme, mas antecipou que, por enquanto, nenhuma foi incluída oficialmente.
"Em um segundo momento, a gente vai rever a tributação para que haja isonomia entre empresas brasileiras e o e-commerce", afirmou.
Segundo o número 2 do Ministério da Fazenda , o governo tem recebido sugestões de empresas para a criação de tarifas de importação. O setor propõe uma alíquota de 20% para as compras internacionais.O Remessa Conforme passou a vigorar no início deste mês. Entre os grupos que anunciaram que vão aderir ao programa estão as chinesas Shein e AliExpress.
Pelo programa, empresas que ficarem de fora serão taxadas em 60% com o imposto de importação. Apesar da isenção federal para as firmas incluídas, os estados cobram uma alíquota de 17% de ICMS.
"Uma vez as empresas aderindo ao programa, a gente vai estudar a revisão desse programa como tem de ser feito", disse Durigan.
Veja abaixo a íntegra da nota do Ministério da Fazenda:
"Sobre a informação de que a isenção da alíquota de importação para compras de até 50 dólares vai acabar, o Ministério da Fazenda esclarece que o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) definiu a adoção, por todos os estados, da alíquota de 17% de ICMS em operações de importação por comércio eletrônico, com exigibilidade imediata, sem qualquer alteração na tributação federal.
Paralelamente, continuam valendo todas as regras do programa de conformidade Receita Conforme, e prosseguem as negociações, sob o comando do ministério, quanto a futuros ajustes na alíquota federal.", disse o Ministério.