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Exportação e importação em fevereiro são recorde para o mês

Saldo comercial de fevereiro cresceu em relação ao mesmo mês de 2005, mas ficou abaixo do registrado em janeiro em razão do número de dias úteis

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h46.

O fluxo comercial brasileiro ganhou fôlego na última semana de fevereiro e elevou o superávit comercial acumulado no mês a 2,822 bilhões de dólares. O resultado foi 1,65% superior ao apresentado no mesmo mês do ano passado, mas ficou abaixo do de janeiro - que teve saldo positivo de 2,844 bilhões de dólares - por ter menos dias úteis.

Tanto as exportações, no valor de 8,75 bilhões de dólares, quanto as importações, de 5,928 bilhões, bateram recordes para o mês. Sandra Utsumi, economista-chefe do banco Bes Investimento, apostava em um saldo de 2,4 bilhões e se disse surpresa com o resultado, pois esperava uma desaceleração nas vendas externas. Ela ressalta o crescimento na média do volume de exportações por dia, que saltou de 432,4 milhões na terceira semana do mês para 584 milhões na última. "A gente tem de considerar que pode ter havido uma antecipação dos embarques por conta dos últimos dois dias do mês [de poucos negócios por conta do feriado]", diz.

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No total, as médias diárias de exportações e importações ficaram, respectivamente, em 486,1 milhões e 329,3 milhões de dólares. Em janeiro, que teve 22 dias úteis, o volume diário das exportações havia sido menor: 421,4 milhões de dólares por dia, enquanto o das importações somou 292,1 milhões. Com 18 dias úteis, fevereiro apresentaria um total de exportações de 10,694 bilhões de dólares caso repetisse a média diária por mais 4 dias.

Na soma de janeiro e fevereiro, o superávit acumulado é de 5,666 bilhões de dólares, também recorde para o período.

Desaceleração do valor das exportações

Apesar de mostrar um saldo positivo superior ao de janeiro, fevereiro registrou queda do valor das exportações. O total de 8,75 bilhões ficou 5,6% abaixo do apresentado no mês anterior e foi 19% menor do que o de dezembro.

Para Rubens Barbosa, presidente do Conselho de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e ex-embaixador do Brasil na Inglaterra e nos Estados Unidos, o resultado é sinal de um efeito causado pela baixa cotação do dólar.

"Muitas empresas estão parando de exportar por causa do câmbio. Todos os países asiáticos, por exemplo, de uma maneira ou de outra, não deixam o câmbio chegar a esse nível de apreciação", afirma Barbosa .

Já Sandra Utsumi, que esperava uma desaceleração maior das exportações, afirma que a apreciação do real está sendo compensada, em parte, pela dos preços dos produtos brasileiros no mercado internacional. Ela ressalta que o impacto do dólar mais barato só deve vir dentro de alguns meses: "O efeito do câmbio só vai ser visível quando os contratos de 2005 vencerem, e os novos embarques forem contratados".

Importações

As importações, por sua vez, também recuaram em valor em fevereiro. O total, de 5,928 bilhões de dólares, ficou 7,7% abaixo do volume de janeiro. Na comparação com dezembro de 2005, a queda acumulada é de 9,5%. Para Sandra, do Bes, o indicador é argumento contra aqueles que acreditam que a queda livre do dólar representa um perigo à meta do superávit comercial.

"As exportações ainda vêm crescendo em um ritmo superior ao das importações. Na média diária, contando os últimos 12 meses, as exportações cresceram 21%, enquanto as importações aumentaram 16%", diz.

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