Excluindo gasolina do índice, IPCA de julho teria sido de -0,11%, diz gerente do IBGE
O subitem subiu em todas as 16 regiões analisadas pelo índice
Agência de notícias
Publicado em 11 de agosto de 2023 às 12h54.
Última atualização em 11 de agosto de 2023 às 13h46.
O resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ( IPCA ) de julho seria de deflação de 0,11% caso o item gasolina fosse excluído da leitura, calculou o analista André Guedes, gerente do IPCA no IBGE, em coletiva após a divulgação.
O IPCA subiu 0,12% em julho. A maior contribuição individual para a alta partiu de gasolina (4,75%; impacto de 0,23 ponto porcentual). O subitem subiu em todas as 16 regiões analisadas pelo índice.
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O analista associou o aumento do subitem à reoneração de impostos federais. "A partir de 1º de julho, voltou a cobrança da alíquota cheia de PIS/Cofins sobre a gasolina, o que contribuiu para essa alta", afirmou. Entre os subitens, acrescentou Guedes, a gasolina tem o maior peso na cesta do IPCA de 4,79%.
Ainda segundo Guedes, o avanço da gasolina explica o aumento do índice de difusão de produtos não alimentícios entre junho e julho, de 52% para 53%. Com o resultado, a gasolina acumula alta de 11,64% no ano e queda de 9,28% em 12 meses.
O IPCA de julho (0,12%) teve a menor taxa positiva de variação desde outubro de 2022, apontou André Guedes. A afirmação desconsidera as deflações registradas no período.
O resultado obtido no mês, segundo Guedes, refletiu movimentos intensos nos três grupos com maior peso no índice. De um lado, houve deflação de Alimentação e bebidas (-0,46%) e Habitação (-1 01%), de outro alta de Transportes (1,50%), enumerou. O analista calculou que, somados, os impactos sobre o índice dos dois grupos deflacionários resultaram em 0,26 ponto porcentual negativo em junho, ante impacto positivo de 0,31 ponto de Transportes.
O avanço de Transportes no período foi puxado principalmente pela gasolina (4,79%). Entre os combustíveis (4,15%), somente óleo diesel (-1,37%) recuou no mês — houve alta de 3,84% de gás veicular e de 1,57% de etanol. As altas de passagem aérea (4 97%) e automóvel novo (1,65%) também contribuíram para o resultado do grupo.
Guedes afirmou que o avanço das passagens aéreas pode estar relacionado ao período de férias escolares. Segundo o analista, essa pressão também pode ter influenciado outros subitens turísticos, o que contribuiu para a alta de serviços (0,25%) no mês. Já o fim do programa de descontos do governo federal explicou o avanço de automóvel novo, ainda de acordo com o Guedes.
Ainda em Transportes, houve avanço de pedágio (2,44%), por reajustes realizados em algumas praças de São Paulo, e de táxi (20,19%), por reajuste em Fortaleza. Por outro lado, houve queda de ônibus urbano, por reajuste negativo em Belo Horizonte. Já os ônibus intermunicipais (0,23%) subiram por reajuste no Recife.