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Ex-tucanos querem se manter ;não-alinhados;

Brasília, 26 de junho (Portal EXAME) Os oito deputados federais que deixaram o PSDB na quarta-feira (25/6) pretendem manter uma posição independente no Congresso. O grupo deverá demorar entre 20 e 30 dias conversando com outros partidos antes de definir seu rumo, mas uma intenção é clara: os oito querem se aproximar do governo, sem […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h48.

Brasília, 26 de junho (Portal EXAME) Os oito deputados federais que deixaram o PSDB na quarta-feira (25/6) pretendem manter uma posição independente no Congresso. O grupo deverá demorar entre 20 e 30 dias conversando com outros partidos antes de definir seu rumo, mas uma intenção é clara: os oito querem se aproximar do governo, sem ter de assumir os compromissos da base aliada. Não queremos estar 100% alinhados com o governo , diz o deputado Salvador Zimbaldi (SP), que está no terceiro mandato.

Além de Zimbaldo, saíram do PSDB os seguintes deputados: Alexandre Santos (RJ), Dr. Heleno (RJ), Feu Rosa (ES), Inaldo Leitão (PB), Luiz Piauhylino (PE), Osmânio Pereira (MG) e Ricardo Riqui (PB). A julgar por suas posições e bases eleitorais, os oito tendem a se aproximar de PL, PTB ou PMDB. O grupo mantém o discurso de que gostaria de criar um novo partido de centro-esquerda um caminho pouco viável, já que essa parte do espectro político encontra-se um tanto lotada, mas que, em teoria, os aproxima do PPS e do PSB. Eles dizem estar em contato com todos os partidos, mas, segundo Zimbaldi, uma aproximação de partidos de direita, como PFL e PP, é mais complicada .

Independentemente do rumo que os deputados tomem, porém, a decisão que tomaram evidencia duas situações preocupantes. A primeira é que o PSDB precisa encontrar um rumo para exercer de forma consistente o papel de oposição. Caso isso não ocorra, o partido deverá perder mais quadros, pois há outros deputados descontentes com a falta de visibilidade e com o sistema de tomada de decisões na bancada. Com os oito que acabam de deixar o PSDB, já chega a 16 o número de deputados que saíram do partido, dos 70 eleitos no ano passado. O agravamento dessa tendência enfraqueceria uma oposição organizada e ideológica.

A outra situação preocupante é que o desgarramento de congressistas comportamento que seria coibido com uma reforma política atende a interesses do governo. O debate político sai do terreno consistente dos programas e ideologias e passa para a área pantanosa das negociações individuais, o chamado cata-frango . Neste momento, com um governo forte e com alto índice de popularidade, é confortável e fácil manter negociações desse tipo. Esse tipo de movimento contribui para adiar novamente a reforma política , diz o consultor político Paulo Kramer.

O grupo dos oito deputados se desgastou fortemente com o PSDB após entrar em choque três vezes com o líder da bancada, Jutahy Júnior (BA), ao longo do primeiro semestre. A primeira, quando o PSDB se opôs à intenção do governo de colocar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sob comando direto do presidente da República (o governo venceu). A segunda, quando Jutahy orientou a bancada do PSDB a votar com o PFL, contra o estabelecimento de um prazo para que devedores do fisco e da Previdência aderissem ao programa de refinanciamento de dívidas, o novo Refis (o prazo foi fixado em 180 dias). E a terceira, quando o PSDB propôs um salário-mínimo de 252 reais (venceu a proposta do governo, de 240 reais). Nas duas primeiras ocasiões, o grupo dos tucanos dissidentes votou com o governo. Na última, absteve-se. Acharam que estávamos numa articulação com o governo, mas não era verdade , afirma o deputado Zimbaldi. Queríamos fazer uma oposição responsável .

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