EUA visitam frigoríficos brasileiros para voltar a importar carne bovina
Desde 2017, os americanos deixaram de comprar o produto devido a condições sanitárias ficarem abaixo da recomendação global
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2019 às 06h04.
Última atualização em 10 de junho de 2019 às 11h09.
Uma das principais demandas levadas pela delegação brasileira que foi a Washington junto ao presidente Jair Bolsonaro deve começar a ser atendida hoje. A partir desta segunda-feira (10) agentes de fiscalização norte-americanos começarão a visitar frigoríficos brasileiros com o intuito de avaliar a retomada das importações de carne bovina in natura depois de dois anos.
Com a auditoria, que deve ir até o próximo dia 28, o governo espera reabrir o mercado para os Estados Unidos (EUA) em um cenário de fragilidade para o setor, que recentemente também deixou de exportar para a China devido a um caso de vaca louca.
O fim da sanção à carne brasileira foi o principal objetivo da ministra da agricultura, Tereza Cristina, quando Bolsonaro esteve nos EUA. Na ocasião, o Brasil aceitou abrir uma cota para a importação de 750 mil toneladas de trigo norte-americano a custo zero e também acenou positivamente para a compra de carne suína do país. A partir de hoje, abatedouros de seis estados deverão passar pelo crivo sanitário americano:São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
O histórico de exportação de carne do Brasil para os EUA nunca foi tranquilo. As negociações de venda do produto in natura se arrastou por quase 15 anos, e só em 2015 os produtores brasileiros puderam começar a exportar para o país. As transações, no entanto, duraram pouco mais de dois anos. Em junho de 2017, os EUA suspenderem a compra de carne bovina brasileira porque 11% do produto ficou abaixo dos testes de qualidade. A média global aceitável é de 1%.
Não é só com os EUA que os produtores de carne vem sofrendo. Na última segunda-feira, 3, o governo brasileiro suspendeu a exportação de carne bovina para a China após um caso de vaca louca ter sido identificado no estado do Mato Grosso. De acordo com o ministério da Agricultura, a suspensão temporária teve de ser implantada devido a um acordo sanitário entre os dois países.
Junto a Hong Kong, a China é responsável por 40% das exportações da carne brasileira. Atualmente, o país vive uma infestação de peste suína africana, o que forçou um aumento exponencial na importação de carnes. Somente no último mês, os embarques de frango aos chineses aumentaram cerca de 50%, um recorde histórico. A possível abertura ao mercado americano pode ajudar ainda mais o bom momento dos frigoríficos brasileiros. Este ano, as ações da JBS subiram 80%; as do Minerva, 58%; do Marfrig, 16%.