Economia

Empresas de infra-estrutura comemoram medidas do PAC

Programa do governo ajudará investimento na área, dizem sindicatos

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h19.

As empresas ligadas aos setores de infra-estrutura mostraram otimismo diante das medidas que compõem o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciadas na manhã desta segunda-feira (22/1) pelo governo federal (leia aqui as propostas do governo). De acordo com as companhias, o projeto do governo tem potencial para fomentar os investimentos na área, ainda que não seja suficiente para impulsionar o crescimento sem a ajuda de reformas estruturais.

A MRS Logística espera que o programa ajude a concretizar um projeto engavetado desde 2004: um trecho ferroviário de 63 quilômetros no interior paulista, que ligaria Itaquaquecetuba a Campo Limpo. Elaborado para embarcar na onda das Parcerias Público-Privadas (PPP), o plano que exigiria investimento de cerca de 900 milhões de reais acabou frustrado. "O projeto das PPPs não foi em frente, e o governo declarou que assumiria a obra", diz Julio Fontana Neto, presidente da MRS. Agora, com o pacote que pede colaboração entre setor público e iniciativa privada, Fontana acredita que a MRS e o governo podem retomar a parceria. A companhia também pensa em estudar a expansão dos investimentos por conta da desoneração prometida com o PAC: "Estamos investindo neste ano 700 milhões de reais em máquinas e tecnologia para a companhia. Se o PAC resultar em redução dos impostos, podemos ampliar o valor", afirma o presidente.

Para o sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SidusCon-SP), o governo acerta ao desonerar investimentos produtivos e estimular a expansão da oferta de habitação. O sindicato ressaltou a redução, de 25 anos para 24 meses, do prazo de aproveitamento de créditos tributários derivados do recolhimento de PIS e Cofins na construção de prédios e galpões, além de tornar livres destes impostos os investimentos em edificações e em obras de infra-estrutura. "A prometida desoneração sinaliza claramente que o governo mantém e pretende reforçar a percepção de que estimular a construção civil é indispensável para chegar ao desenvolvimento sustentado", afirmou o presidente da entidade, João Claudio Robusti.

Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), declarou que o pacote será importante para diminuir os gargalos da economia. "O conjunto de obras listadas pode fazer uma diferença enorme ao desenvolvimento do país se ele realmente for implementado e levado adiante com eficiência. Vamos acompanhar e cobrar", disse.

Tanto Robusti quanto Godoy, no entanto, ressaltam que o governo precisará se esforçar mais para estimular o crescimento. Para o presidente do SindusCon-SP, faltam iniciativas de desburocratização. Ele também reclama da medida que destina 5 bilhões de reais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o novo fundo de investimento em infra-estrutura. "Os recursos do FGTS deveriam continuar sendo integralmente destinados à habitação e ao saneamento", afirma. Godoy, da Abdid, diz que ainda é preciso implementar reformas, "principalmente a tributária", e controlar os gastos públicos: "É claro que, diante do tamanho da atual carga tributária para produção e investimentos, sempre precisamos de mais desoneração".

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Pix: Banco Central já devolveu R$ 1,1 bi para vítimas de fraudes ou falhas no sistema

Câmara tem até quarta-feira para votar reoneração da folha e cumprir decisão do STF

China registra crescimento de 6% no comércio exterior nos primeiros oito meses de 2024

Inflação de agosto desacelera e fica em -0,02%; IPCA acumulado de 12 meses cai para 4,24%