Empresários do Mercosul e da União Européia (UE) pediram aos governos e negociadores oficiais dos dois blocos econômicos maior flexibilização para tratar as questões mais polêmicas. Após Cancún, é necessário um esforço para se avançar em todos os temas agrícolas no âmbito birregional , diz o documento assinado pelos executivos, reunidos no Fórum Empresarial Mercosul-União Européia, em Brasília, nesta quinta-feira (30/10).

Entre eles, estão representantes de grupos como Companhia Vale do Rio Doce, DaimlerChrysler, Telefônica, Siemens e Itaú.

Durante o encontro, que durou três dias, os executivos avaliaram dois pontos principais: a redução de barreiras tarifárias e dos subsídios aos produtores agrícolas e exportadores europeus e os temas de Cingapura (investimentos, política de concorrência, compras governamentais e facilitação de negócios). Entre as críticas, destacaram-se as dos europeus contra a falta de coesão do Mercosul. Se esse bloco fosse tão coeso quanto a União Européia, seria bem mais fácil negociar , avaliou Guy Dollé, presidente do grupo Arcelor e representante da União Européia no Fórum.

O documento, chamado Declaração de Brasília, pede ainda a padronização e desburocratização dos controles de qualidade que fazem com que todos os produtos trocados entre os dois blocos cerca de 10 mil itens sejam checados na origem e no destino. Esse procedimento atrasa em muitos dias a entrega da compra ao consumidor final.

Espanha pede aproximação entre UE e Mercosul

O primeiro-ministro da Espanha, José Maria Aznar, disse que espera que a União Européia e o Mercosul mantenham relações próximas. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, em São Paulo, Aznar, afirmou que pretende trabalhar para que as negociações entre os dois blocos sejam tão afinadas quanto as que acontecerem nos últimos dias entre o Brasil e a Espanha.

Em visita ao país, o primeiro-ministro assinou na quarta-feira (30/10), juntamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dois acordos bilaterais que envolvem o comércio de ambos os países. Na entrevista de hoje, Aznar informou que Espanha e Brasil irão formar uma comissão interministerial conjunta para debater relações comerciais bilaterais, marco regulatório e investimentos. Segundo ele, isso deverá ampliar as relações entre ambos os países.

Aznar reiterou ter uma "relação excepcional" com Lula e disse que a estabilidade econômica, as reformas estruturais e a abertura ao comércio exterior, "como quer o Brasil, são as regras mais inteligentes que um governo pode aplicar.

Com informações de agências de notícias