Economia

Emprego se matém em queda e inflação corrói reajuste salarial

São Paulo, 18 de julho (Portal EXAME) Maio não foi um bom mês para a indústria: o nível de emprego manteve a curva de queda e a inflação corroeu os reajustes salariais, segundo pesquisa sobre emprego e salário na indústria divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (18/7). Em maio, apesar […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h47.

São Paulo, 18 de julho (Portal EXAME) Maio não foi um bom mês para a indústria: o nível de emprego manteve a curva de queda e a inflação corroeu os reajustes salariais, segundo pesquisa sobre emprego e salário na indústria divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (18/7). Em maio, apesar da folha de pagamento da indústria ter o segundo aumento consecutivo, de 1,7% em relação a abril, o valor real da folha teve queda de 1,2%. Os indicadores de emprego industrial, por sua vez, acompanhando o menor ritmo de crescimento da atividade industrial, registram queda de 0,1%. Foi a quarta taxa negativa consecutiva.

Com isso, há uma perda de 1,1% no total de ocupados entre janeiro e maio deste ano. Na comparação com maio de 2002, a queda foi de 0,6%. No acumulado dos cinco primeiros meses houve ligeiro crescimento de 0,2%, enquanto no dos últimos doze meses, queda de 0,2%.

A pesquisa mostra que a queda do emprego é acentuada na região Sudeste. Quando se compara maio deste ano com maio do ano passado, destaca-se a retração no mercado em São Paulo (-1,8%) e Rio de Janeiro (-4,4%). O resultado de São Paulo foi afetado pela queda em 11 setores, especialmente máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-10,2%), enquanto no Rio, entre os 12 setores em queda, o principal impacto negativo veio de alimentos e bebidas (-9,8%). Em contrapartida, as regiões Norte e Centro-Oeste (5,4%) e os estados da região Sul, em especial o Paraná (4,3%), exerceram as principais influências positivas sobre o resultado global.

Poder aquisitivo

O crescimento de 1,7% na folha de pagamento entre maio e abril foi conseqüência da expansão em 12 dos 18 setores e em 12 das 14 áreas investigadas. Em termos setoriais, o principal impacto positivo na formação da taxa global foi do setor de alimentos e bebidas (4,8%) e, o destaque negativo, foi de máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-3,8%).

Quando se avalia maio de 2003 em relação a maio de 2002, a folha de pagamento também encolheu (-7,0%), reflexo do efeito da inflação sobre o ganho real do trabalhador da indústria, pois em termos nominais, o indicador cresceu (9,0%). Há queda também no acumulado no ano (-6,9%) e no acumulado nos últimos doze meses (-4,3%).

No indicador acumulado no ano, 16 setores tiveram queda na folha de pagamento. Papel e gráfica (-14,9%), máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-13,2%) e minerais não-metálicos (-15,9%) responderam pelas maiores pressões negativas no índice geral, enquanto alimentos e bebidas (0,8%) e refino de petróleo e produção de álcool (2,1%) deram origem às positivas. No que se refere à folha média de pagamento, os resultados são menos favoráveis: todos os setores caíram. As quedas mais expressivas foram de indústrias do fumo (-23,1%), extrativas (-14,6%) e papel e gráfica (-13,0%). Entre as regiões, 13 das 14 áreas tiveram reduções no valor da folha de pagamento. Novamente, as indústrias de São Paulo (-7,5%), e, por extensão, as da região Sudeste (-8,0%), foram as que mais pressionaram negativamente o resultado global. Já as indústrias das regiões Norte e Centro-Oeste (2,0%) foram as únicas com contribuição positiva.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Plano Real, 30 anos: Gustavo Franco e o combate à doença da hiperinflação

FMI reduz previsão de crescimento do PIB dos EUA

Lula diz que Galípolo ‘tem condição’ de presidir BC, mas que decisão será feita com o Senado

Brasil tem queda de 23 mil novos postos de trabalho em relação ao ano passado, após enchentes do RS

Mais na Exame