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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h36.
O nível de emprego na indústria brasileira aumentou 0,4% em março em relação a fevereiro, caracterizando o terceiro mês consecutivo de elevação. A folha de pagamento real, porém, recuou 1,2% no mesmo período. No cálculo, o indicador salarial é deflacionado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No acumulado do trimestre, o número de vagas baixou 0,7% sobre o igual intervalo de 2003, mas a folha de pagamento cresceu 9,1%.
Entre dezembro de 2003 e o fim do primeiro trimestre de 2004, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou alta acumulada de 1,7%. Nas demais comparações, porém, o indicador continua negativo. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o número de vagas de março é 0,1% menor. No acumulado dos últimos 12 meses, a queda é de 1% na comparação com o período de 12 meses que antecederam março de 2003.
Regiões
Segundo o IBGE, oito dos 14 locais pesquisados registraram menos empregos industriais em março, comparando-se com o mesmo intervalo do ano anterior. São Paulo foi o estado com maior fechamento de vagas (queda de 0,7%), pressionado, sobretudo, pela indústria de vestuário (-23,6%) e papel e gráfica (-14,2%). Também sofreram retrações significativas o Rio de Janeiro (-3,9%) e o Rio Grande do Sul (-1,4%). O desempenho fluminense foi pressionado pelo setor de vestuário (-19,1%), enquanto os gaúchos sentiram os efeitos do segmento de calçados e couro (-8,1%). Por outro lado, Minas Gerais liderou as contratações, ao expandir seus empregos na indústria em 3,2%, estimulado principalmente pelo segmento de alimentos e bebidas (14,9%).
O IBGE também detectou queda em oito dos 18 setores industriais analisados em março. Vestuário (-9,9%), papel e gráfica (-7,3%), têxtil (-5,8%) e minerais não metálicos (-5,1%) encabeçaram os cortes. Entre os dez setores que contrataram no período, o destaque ficou com o de máquinas e equipamentos (13,5%).
Trimestre
Embora o desempenho acumulado do trimestre seja negativo (-0,7%), o IBGE constatou que o corte de vagas na indústria desacelerou em relação ao último trimestre de 2003, período em que se acumulou retração de 1,9%. O movimento ocorreu em nove dos 14 locais pesquisados. Minas Gerais, onde a taxa passou de 0,3% negativo para 3,2% positivo, e Pernambuco (de -1,9% para 1,4%) foram os destaques.
Entre os setores industriais, 12 ramos elevaram o contingente ocupado na passagem do último trimestre de 2003 para o primeiro deste ano. O setor de máquinas e equipamentos apontou aceleração nas contratações, com sua taxa passando de 3,4% para 10,5%.
Salários
Os mesmos motivos que elevaram em 9,1% a folha de pagamento real, no primeiro trimestre, contribuíram para a queda de 1,2% em março, ante fevereiro. Conforme o IBGE, janeiro e fevereiro foram influenciados pelo pagamento de férias e benefícios extras, como participação nos resultados. Por isso, a folha de pagamento aumentou 9,3% e 4,6%, respectivamente. Por isso, o instituto afirma que a retração de março não pode ser relativizada.
Na comparação entre março e o mesmo mês de 2003, o indicador apresentou alta de 11,6%. O IBGE afirma que esta é a maior taxa desde janeiro de 2002 e a expansão alcançou todos os locais pesquisados, com exceção do Espírito Santo, onde a folha recuou 0,9%. São Paulo e Minas Gerais lideraram a recuperação, com taxas de 13,4% e 14%, respectivamente. Em relação aos setores, a folha de máquinas e equipamentos cresceu 49,4% e a de metalurgia básica, 27,8%.
No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa foi negativa (-0,5%). A situação é influenciada sobretudo por São Paulo e Rio de Janeiro, que acumulam perdas de 0,8% e 5,4% no período, respectivamente. Na análise por setor, 12 das 18 atividades recuaram, com destaque para a indústria têxtil (-9,5%), papel e gráfica (-8,7%), minerais não metálicos (-7,8%) e máquinas e aparelhos elétricos (-5,7%).