Embratel acusa operadoras locais de subsidiar novos serviços

O acesso à internet banda larga e a outras tecnologias não será realidade no Brasil se as concessionárias locais de telefonia, como a Telefônica e a Telemar, não compartilharem suas redes. Foi o que afirmou Purificación Carpinteyro, vice-presidente de marketing e assuntos externos da Embratel. "A resistência das operadoras donas da infra-estrutura em permitir que suas concorrentes possam usá-la para prestar serviços locais fere a competição do mercado", disse ela.

Purificación disse que a margem de rentabilidade das operadoras locais está muito acima do que se imaginava no início das privatização. "Naquela época, calculava-se que as locais perderiam 15% de participação no mercado para as novas empresas, como as espelhos e a própria Embratel. E que estes 15% seriam os clientes mais rentáveis. Isto claramente não aconteceu", afirmou.

Na sua avaliação, as concessionárias locais são as únicas empresas do setor que conseguem ter a rentabilidade necessária para sobreviver. "Elas usam esta margem conseguida graças ao serviço local para subsidiar sua entrada em novos mercados, como o da telefonia de longa distância", afirmou. Ela citou um exemplo: recentemente, a Embratel participou de uma licitação para fornecer serviço de voz local para um órgão do governo. Uma concorrente, operadora local que não quis citar o nome, ofereceu ao solicitante desconto de 100% na assinatura mensal, no pulso e do serviço chamado Discagem Direta Ramal (DDR), além de 50% de desconto nas chamadas de telefone fixo para móvel. Ganhou a licitação.

Purificación participa do EXAME Fórum - O Futuro das Telecomunicações no Brasil, que acontece na sede da Câmara Americana de Comércio, nesta sexta-feira (1/8), em São Paulo.

O evento será transmitido pela TVA, nesta sexta-feira às 21h, no canal 6. A partir de segunda-feira (4/8), assisita aos melhores momentos do debate no Portal EXAME.