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Caixa emprestou R$7,72 bilhões ao setor elétrico em 5 meses

A Caixa deve precisar de nova capitalização no ano que vem, pois precisa de fôlego para dar conta dos empréstimos bilionários para atender políticas do governo

Edifício Almirante Barroso, sede da Caixa no Rio de Janeiro: banco deve precisar de nova capitalização ano que vem (Divulgação/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2014 às 09h51.

São Paulo - Em cinco meses, a Caixa aprovou R$ 7,72 bilhões em empréstimos ao setor elétrico. Todos eles tiveram intermediação do Ministério da Fazenda. Além da operação com a Celg, a Caixa participou dos empréstimos à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e também à Eletrobrás.

No empréstimo à CCEE, que serviu para socorrer as distribuidoras de energia, sua fatia ficou em R$ 3,32 bilhões. No outro, destinado ao financiamento da Eletrobrás, em R$ 2,5 bilhões.

Em nota, a Caixa informou que tem linha de crédito para financiar as empresas do setor. "Desde que se enquadrem nas exigências do banco quanto a garantias e retorno, operações deste tipo estão no portfólio", afirmou a instituição.

Fontes da área técnica do Tesouro Nacional informaram ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que a Caixa deve precisar de nova capitalização no próximo ano. O objetivo é dar fôlego financeiro ao banco, pressionado pelos empréstimos bilionários para atender as políticas do governo.

A Caixa também foi usada pelo governo no expediente das "pedaladas fiscais". O banco pediu à Advocacia-Geral da União (AGU) que instaurasse uma Câmara de Conciliação e Arbitragem para encontrar uma solução. Por meio da manobra, o Tesouro vinha atrasando os repasses ao banco para pagamentos de benefícios sociais, como o seguro-desemprego e o Bolsa Família, desde o fim de 2013. O objetivo era melhorar o resultado das contas públicas.

A ingerência do governo sobre a Caixa tem aumentado nos últimos anos. Toda a operação entre o banco e a Celg só foi possível porque o Conselho Monetário Nacional (CMN) elevou, em 28 de agosto, o limite para financiamentos das estatais de energia elétrica de R$ 800 milhões para R$ 1,9 bilhão.

Em 17 de setembro, a Celgpar, controladora da Celg, anunciou a contratação do financiamento com a Caixa, de R$ 1,9 bilhão. E informou que a maior parte do dinheiro serviria para elevar o capital social da empresa.

Sem alternativa

Em assembleia-geral extraordinária, em 26 de setembro, os acionistas da Eletrobrás aprovaram a aquisição de 51% de participação na Celg por R$ 59,5 milhões. Um mês antes, o conselho de administração da companhia já havia aprovado a operação.

A transferência de controle da Celg para a Eletrobrás teve início em 2010. A federalização da companhia foi a única alternativa, já que nenhum banco aceitou financiar a empresa, que acumulava dívidas de R$ 7 bilhões.

O primeiro empréstimo ocorreu em 2011, quando foi realizada uma operação de crédito de R$ 3,7 bilhões com a Caixa, com a mesma modelagem do atual. Um acordo de acionistas assinado entre governo de Goiás e a Eletrobrás previa a aquisição da empresa após o cumprimento de algumas metas acordadas.

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São Paulo - Em cinco meses, a Caixa aprovou R$ 7,72 bilhões em empréstimos ao setor elétrico. Todos eles tiveram intermediação do Ministério da Fazenda. Além da operação com a Celg, a Caixa participou dos empréstimos à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e também à Eletrobrás.

No empréstimo à CCEE, que serviu para socorrer as distribuidoras de energia, sua fatia ficou em R$ 3,32 bilhões. No outro, destinado ao financiamento da Eletrobrás, em R$ 2,5 bilhões.

Em nota, a Caixa informou que tem linha de crédito para financiar as empresas do setor. "Desde que se enquadrem nas exigências do banco quanto a garantias e retorno, operações deste tipo estão no portfólio", afirmou a instituição.

Fontes da área técnica do Tesouro Nacional informaram ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que a Caixa deve precisar de nova capitalização no próximo ano. O objetivo é dar fôlego financeiro ao banco, pressionado pelos empréstimos bilionários para atender as políticas do governo.

A Caixa também foi usada pelo governo no expediente das "pedaladas fiscais". O banco pediu à Advocacia-Geral da União (AGU) que instaurasse uma Câmara de Conciliação e Arbitragem para encontrar uma solução. Por meio da manobra, o Tesouro vinha atrasando os repasses ao banco para pagamentos de benefícios sociais, como o seguro-desemprego e o Bolsa Família, desde o fim de 2013. O objetivo era melhorar o resultado das contas públicas.

A ingerência do governo sobre a Caixa tem aumentado nos últimos anos. Toda a operação entre o banco e a Celg só foi possível porque o Conselho Monetário Nacional (CMN) elevou, em 28 de agosto, o limite para financiamentos das estatais de energia elétrica de R$ 800 milhões para R$ 1,9 bilhão.

Em 17 de setembro, a Celgpar, controladora da Celg, anunciou a contratação do financiamento com a Caixa, de R$ 1,9 bilhão. E informou que a maior parte do dinheiro serviria para elevar o capital social da empresa.

Sem alternativa

Em assembleia-geral extraordinária, em 26 de setembro, os acionistas da Eletrobrás aprovaram a aquisição de 51% de participação na Celg por R$ 59,5 milhões. Um mês antes, o conselho de administração da companhia já havia aprovado a operação.

A transferência de controle da Celg para a Eletrobrás teve início em 2010. A federalização da companhia foi a única alternativa, já que nenhum banco aceitou financiar a empresa, que acumulava dívidas de R$ 7 bilhões.

O primeiro empréstimo ocorreu em 2011, quando foi realizada uma operação de crédito de R$ 3,7 bilhões com a Caixa, com a mesma modelagem do atual. Um acordo de acionistas assinado entre governo de Goiás e a Eletrobrás previa a aquisição da empresa após o cumprimento de algumas metas acordadas.

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