Economia fraca é normal em ano de ajuste, diz diretor do BC
O diretor citou também que eventos não econômicos como as investigações da Operação Lava Jato se sobrepõem ao ciclo de negócios
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2015 às 11h37.
Brasília - O impacto na atividade econômica brasileira, que deve apresentar resultado abaixo do seu potencial, é normal em um ano de ajuste.
A avaliação é do diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Luiz Awazu Pereira da Silva, que participa hoje (2), na França, do seminário da revista The Economist – Brazil Business Summit.
O diretor citou também que eventos não econômicos como as investigações da Operação Lava Jato se sobrepõem ao ciclo de negócios.
Awazu reforçou que a volta do crescimento econômico virá com fortalecimento da confiança. Ele citou que o governo tem uma agenda de concessões, com medidas para melhorar o capital físico (investimentos em infraestrutura) e o humano (educação).
O diretor defendeu os ajustes na economia, com cortes em gastos públicos e aumento da taxa básica de juros, a Selic, para que haja um realinhamento de preços no país.
Awazu destacou que o duplo ajuste de preços relativos (administrados e externos) impactou a inflação no primeiro semestre deste ano, elevando o resultado acumulado de 12 meses e as expectativas para 2015.
A Selic já passou por seis altas seguidas e está atualmente em 13,75% ao ano. O BC usa essa taxa para tentar conter a inflação, que deve estourar o teto da meta para o ano.
A projeção do próprio BC indica inflação este ano acima da meta, em 9%. A meta de inflação para este ano e 2016 é 4,5%, com limite superior em 6,5%. Para 2017, o Conselho Monetária Nacional reduziu o limite superior para 6%.
“A redução da banda de tolerância da meta de 2017 reafirma esse compromisso com a meta de inflação de 4,5%”, destacou o diretor.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia.
Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Embora ajude no controle dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica a economia, que atravessa um ano de recessão, com queda na produção e no consumo.
“O objetivo da política monetária [elevações da taxa Selic] é evitar que o impacto do ajuste dos preços relativos em 2015 seja transmitido para 2016”, disse. Awazu acrescentou que a política monetária pode e deve conter os efeitos de segunda ordem para circunscrevê-los a este ano.
“Por essa razão, a política monetária está e se manterá vigilante para assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% no final 2016”, ressaltou.
Ele acrescentou que o Banco Central reitera que é preciso determinação e perseverança na luta contra a inflação.
“A melhor contribuição da política monetária para um novo e virtuoso ciclo de crescimento econômico é trazer a inflação para a meta de 4,5% no final de 2016 e ancorar as expectativas”, reforçou o diretor.
Awazu disse ainda que o cenário internacional vive a expectativa de normalização dos juros pelo Federal Reserve, banco central americano.
O aumento de juros pelo banco central dos Estados Unidos e a melhora da economia americana deve atrair mais investidores para aquele país e por consequência, há um fortalecimento global do dólar. Awazu disse que mesmo com a melhor preparação e com boa comunicação do Federal Reserve, a volatilidade (fortes oscilações nos mercados financeiros) é possível.
Awazu citou também a moderação nos preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional), com a desaceleração da economia chinesa.
O diretor destacou ainda que o chamado grexit, ou seja a saída da Grécia da zona do euro e retomada da moeda dracma, acrescenta algum estresse. O termo grexit é formado pelas palavras em inglês Greece (Grécia) e exit (saída).
Para o diretor, as percepções sobre o Brasil estão melhorando, com o efeito positivo do ajuste macroeconômico. Apesar da melhora, ele destaca que é preciso continuar com o processo de ajuste.
“Temos que manter os pilares macroeconômicos da nossa casa em ordem e estabilizado para o lift-off [normalização da taxa de juros americana]”, acrescentou.
Brasília - O impacto na atividade econômica brasileira, que deve apresentar resultado abaixo do seu potencial, é normal em um ano de ajuste.
A avaliação é do diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Luiz Awazu Pereira da Silva, que participa hoje (2), na França, do seminário da revista The Economist – Brazil Business Summit.
O diretor citou também que eventos não econômicos como as investigações da Operação Lava Jato se sobrepõem ao ciclo de negócios.
Awazu reforçou que a volta do crescimento econômico virá com fortalecimento da confiança. Ele citou que o governo tem uma agenda de concessões, com medidas para melhorar o capital físico (investimentos em infraestrutura) e o humano (educação).
O diretor defendeu os ajustes na economia, com cortes em gastos públicos e aumento da taxa básica de juros, a Selic, para que haja um realinhamento de preços no país.
Awazu destacou que o duplo ajuste de preços relativos (administrados e externos) impactou a inflação no primeiro semestre deste ano, elevando o resultado acumulado de 12 meses e as expectativas para 2015.
A Selic já passou por seis altas seguidas e está atualmente em 13,75% ao ano. O BC usa essa taxa para tentar conter a inflação, que deve estourar o teto da meta para o ano.
A projeção do próprio BC indica inflação este ano acima da meta, em 9%. A meta de inflação para este ano e 2016 é 4,5%, com limite superior em 6,5%. Para 2017, o Conselho Monetária Nacional reduziu o limite superior para 6%.
“A redução da banda de tolerância da meta de 2017 reafirma esse compromisso com a meta de inflação de 4,5%”, destacou o diretor.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia.
Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Embora ajude no controle dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica a economia, que atravessa um ano de recessão, com queda na produção e no consumo.
“O objetivo da política monetária [elevações da taxa Selic] é evitar que o impacto do ajuste dos preços relativos em 2015 seja transmitido para 2016”, disse. Awazu acrescentou que a política monetária pode e deve conter os efeitos de segunda ordem para circunscrevê-los a este ano.
“Por essa razão, a política monetária está e se manterá vigilante para assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% no final 2016”, ressaltou.
Ele acrescentou que o Banco Central reitera que é preciso determinação e perseverança na luta contra a inflação.
“A melhor contribuição da política monetária para um novo e virtuoso ciclo de crescimento econômico é trazer a inflação para a meta de 4,5% no final de 2016 e ancorar as expectativas”, reforçou o diretor.
Awazu disse ainda que o cenário internacional vive a expectativa de normalização dos juros pelo Federal Reserve, banco central americano.
O aumento de juros pelo banco central dos Estados Unidos e a melhora da economia americana deve atrair mais investidores para aquele país e por consequência, há um fortalecimento global do dólar. Awazu disse que mesmo com a melhor preparação e com boa comunicação do Federal Reserve, a volatilidade (fortes oscilações nos mercados financeiros) é possível.
Awazu citou também a moderação nos preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional), com a desaceleração da economia chinesa.
O diretor destacou ainda que o chamado grexit, ou seja a saída da Grécia da zona do euro e retomada da moeda dracma, acrescenta algum estresse. O termo grexit é formado pelas palavras em inglês Greece (Grécia) e exit (saída).
Para o diretor, as percepções sobre o Brasil estão melhorando, com o efeito positivo do ajuste macroeconômico. Apesar da melhora, ele destaca que é preciso continuar com o processo de ajuste.
“Temos que manter os pilares macroeconômicos da nossa casa em ordem e estabilizado para o lift-off [normalização da taxa de juros americana]”, acrescentou.