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Economia dos EUA acelera; Europa e China freiam

A atividade econômica e o consumo voltaram a mostrar força nos EUA no quarto trimestre

Bandeiras dos Estados Unidos (EUA) e da China (Yuri Gripas/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de dezembro de 2018 às 11h14.

São Paulo - A surpresa gerada por indicadores da economia dos Estados Unidos na última sexta-feira, 14, gerou um movimento de revisão para cima do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre do país por grandes instituições financeiras. O movimento, no entanto, contrasta com o desempenho da economia global, cujo crescimento se mostra mais fraco à medida que indicadores da zona do euro e da China decepcionaram os agentes do mercado e geraram cautela quanto a um possível desaquecimento maior do que o previsto da economia mundial.

A atividade econômica e o consumo voltaram a mostrar força nos EUA no quarto trimestre à medida que investidores esperavam desaceleração mais acentuada dos indicadores no momento em que o impulso fiscal do governo de Donald Trump começa a perder fôlego. A produção industrial surpreendeu e marcou ganho de 0,6% na passagem de outubro para novembro, o mercado esperava alta de 0,3%. As vendas no varejo subiram 0,2% em novembro na comparação com o mês anterior, acima do ganho de 0,1% esperado. Além disso, as vendas de outubro foram revisadas de alta de 0,8% para 1,1%.

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"A produção industrial aumentou mais do que o esperado e, com a força das vendas no varejo e da produção de serviços básicos no quarto trimestre, aumentamos nossa estimativa para o PIB do quarto trimestre", afirmaram economistas do Goldman Sachs em nota a clientes. O banco americano elevou sua estimativa para o crescimento anualizado dos EUA referente ao período entre outubro e dezembro de 2,5% para 2,7%

O Credit Suisse também elevou a projeção de crescimento de 2,2% para 2,6% no ano. "Mas o crescimento global está diminuindo e os EUA não estão imunes a essa fraqueza. Por isso esperamos que a produção industrial desacelere nos próximos meses", disse o estrategista global do banco, Jeremy Schwartz.

Desaquecimento

A crença de que a economia global vai por um caminho de desaquecimento ainda mais forte do que o projetado anteriormente ganhou força nesta sexta-feira. O índice PMI composto da zona do euro, que reúne dados de serviços e indústria, atingiu o menor nível em 49 meses, assim como o PMI composto alemão. Na França, o índice recuou de 54,2 em outubro para 49,3 na preliminar de novembro, passando a apresentar contração da atividade econômica por recuar abaixo da marca de 50 pontos.

De acordo com o economista Matthew Pennill, do Morgan Stanley, os dados recentes da zona do euro mostraram uma "significativa surpresa negativa". Para ele, contudo, os dados indicam que a atividade continua se recuperando, inclusive na França, onde os números foram influenciados pelos protestos dos coletes amarelos. Ele ressalta, ainda, que os altos e baixos temporários do ciclo de crescimento se mostram importantes para o Banco Central Europeu (BCE), "mas não são o motor fundamental da mudança de política em curso" à medida que o banco central se prepara para aumentar as taxas de juros. "Vemos a primeira elevação da taxa em outubro de 2019", afirmou Pennill.

A zona do euro, contudo, não é a única a crescer menos. Dados recentes, como produção industrial e vendas no varejo, vieram bastante abaixo do esperado, apesar do anúncio recente pelo Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) de medidas para apoiar a economia. Essa desaceleração mais forte do que o pronunciado em solo chinês, na avaliação de economistas do Standard Chartered, fará com que o PIB do país asiático cresça 6,4% em 2019.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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