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Duas lições que o Brasil poderia tirar da crise da Zona do Euro

Para o ex-ministro da Fazenda e professor na FGV Luis Carlos Pereira Bresser, o Brasil é “desprotecionista”

Bresser-Pereira diz que os países não deveriam se endividar em moeda estrangeira, e precisariam ter mais bancos públicos (Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2012 às 11h47.

São Paulo – O ex-ministro da Fazenda e professor da FGV Luis Carlos Bresser-Pereira vê duas lições que poderiam ser aprendidas pelo Brasil com a crise da zona do euro. Para o professor, os países não deveriam se endividar em moeda estrangeira e precisariam ter um bom número de bancos públicos.

“Brasil e empresários deveriam se endividar em moeda nacional”, afirmou. Além disso, o professor defendeu um bom número de bancos públicos, uma vez que os privados são mais cautelosos após as crises. “Mas nossos bancos grandes são quase públicos já que não podem falir”, disse.

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Bresser defendeu as medidas protecionistas recentemente anunciadas, como o acordo para os carros mexicanos. “O Brasil não é protecionista, é ‘desprotecionista’”, afirmou.

Para o professor, o país tenta compensar alguns setores com pequenas medidas. “A desproteção causa uma taxa de câmbio absurda, o que protegeria seria a taxa adequada”, afirmou. Para Bresser, a taxa de câmbio que faria o Brasil voltar a crescer seria 2,30/ 2,40.

“Houve um momento no governo Lula que se imaginou que o Brasil havia voltado ao desenvolvimento, mas ele não resolveu o par ‘câmbio apreciado-juros altos’”, afirmou. A grande novidade do governo Dilma foi baixar os juros, segundo o professor, ainda assim, menos do que o esperado.

Bresser participou hoje do workshop “Financial Stability and Growth”, organizado pela FGV.

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