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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h43.
Acabou o consenso no interior do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, que já durava cinco meses. Cada vez mais diretores do Fed acreditam que os riscos inflacionários superam as pressões deflacionárias. De acordo com o americano The Wall Street Journal desta quinta-feira (2/12), essa mudança de percepção vai provavelmente impedir uma interrupção da política do Fed de elevação de juros nas próximas reuniões.
Os receios mencionados pelas autoridades são o lento crescimento da produtividade, o dólar fraco, os altos preços de energia e commodities, os dados recentes de inflação (o que contraria interpretações sobre os dados divulgados pelo Departamento de Comércio nesta quarta-feira) e as evidências de elevação pelas empresas de seus preços.
A única possibilidade de uma suavização no ritmo de aperto monetário seria a divulgação, amanhã, de números ruins em geração de postos de trabalho para o mês de novembro. O mercado financeiro aposta em elevação da taxa básica de juros da economia americana de 2% para 2,25% em 14 de dezembro, e para 2,5% no início de fevereiro. Segundo The Wall Street Journal, com as divergências internas, será mais difícil para Alan Greenspan, presidente do Fed, obter uma decisão consensual nas próximas reuniões.
Desde junho, o Fed elevou a taxa básica de juros de 1% para 2%, em quatro aumentos de 0,25 ponto percentual cada.
Juros na UE
O Banco Central Europeu (BCE) manteve a taxa básica de juros em 2% pelo 18º mês consecutivo. A decisão era esperada pelo mercado, devido ao fraco desempenho da economia e o desemprego em alta. A força do euro ante o dólar também contribuiu para a decisão, já que juros mais altos reforçariam a valorização da moeda européia.
É também o movimento do câmbio que está contribuindo para a queda da inflação, que marca 2,2% no acumulado do ano até novembro, ante 2,4% no acumulado até outubro. A meta do BCE é que a inflação de 2004 seja "próxima, mas inferior a 2%".