Diretor do Fundo Garantidor de Crédito elogia medida do BC
Brasília - O diretor executivo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), Antonio Carlos Bueno, avalia que a medida do Banco Central de prorrogar a ajuda concedida durante a crise aos bancos de pequeno porte pode ser entendida como uma forma de "otimizar" o sistema. Ele rechaça qualquer possibilidade de a medida ter sido adotada por […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
Brasília - O diretor executivo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), Antonio Carlos Bueno, avalia que a medida do Banco Central de prorrogar a ajuda concedida durante a crise aos bancos de pequeno porte pode ser entendida como uma forma de "otimizar" o sistema. Ele rechaça qualquer possibilidade de a medida ter sido adotada por falta de liquidez entre as pequenas instituições financeiras. "O mercado está absolutamente normal, tranquilo", diz.
Espécie de seguro que garante depósitos dos investidores nos bancos, o FGC foi importante durante a crise porque percebia rapidamente eventual falta de liquidez nas instituições.
"O mercado está absolutamente normalizado, mas a prorrogação do benefício é bastante interessante porque otimiza o fluxo de recursos entre bancos com benefícios para grandes e também para pequenos", diz.
Pela medida, instituições maiores que comprarem carteiras de crédito ou realizarem aplicações em casas menores terão desconto no depósito compulsório, parcela do dinheiro do sistema financeiro que fica retido no BC. O abatimento, que terminaria ontem, foi prorrogado por 180 dias.
Nesse caso, a chamada "otimização" do fluxo do dinheiro e das operações acontece porque os diversos bancos têm vantagens competitivas distintas. Um exemplo é que as instituições de menor porte têm capilaridade de atendimento, o que aumenta sua capacidade de realizar operações de crédito em canais alternativos, como lojas de veículos e no varejo. Por outro lado, grandes bancos têm, por exemplo, fôlego para captar recursos e porte para administrar carteiras já estabelecidas. Com a negociação de carteiras entre as duas instituições, as vantagens de cada parte são compartilhadas e o sistema fica mais eficiente.
Atualmente, bancos de grande porte têm registradas operações de cerca de R$ 30 bilhões que geram o desconto do compulsório sobre depósitos a prazo, como os Certificados de Depósito Bancário (CDB). Geralmente, grandes adquirem carteiras de operações como o crédito consignado e financiamento de veículos.
Quando anunciou o instrumento de abatimento do compulsório em meio à crise, o BC queria incentivar que instituições de grande porte comprassem ativos dos pequenos. A ação era uma forma de ajudar as instituições menores que sofriam com a falta de dinheiro no mercado. Na época, os recursos que circulavam eram destinados principalmente às aplicações consideradas mais seguras, como os títulos de governos.