Exame Logo

Dilma compara injeção de liquidez à barreira tarifária

Presidente criticou a política monetária de países desenvolvidos, que despejaram US$ 8,8 trilhões em liquidez na economia mundial desde o início da crise

Dilma: "O que se está fazendo equivale a uma barreira tarifária. Todo mundo se queixa de barreira tarifária, de protecionismo" (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de março de 2012 às 10h37.

Hannover - A presidente Dilma Rousseff disparou na manhã de hoje novas críticas à política monetária de países desenvolvidos, que segundo números do Banco de Compensações Internacionais (BIS) despejaram US$ 8,8 trilhões em liquidez na economia mundial desde o início da crise. De acordo com a presidente, as medidas causam "desvalorização artificial" das moedas, "equivalem a barreiras tarifárias" e geram bolhas e especulação. O assunto, garantiu a chefe de Estado, será tratado hoje com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel.

Dilma se mostrou contrariada com os novos números divulgados pelo BIS e disse que não apenas o Brasil, mas todos os países emergentes, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o próprio BIS estão preocupados com a enxurrada de dinheiro novo no sistema financeiro. "O efeito é internacional, não nacional. Como o mundo é globalizado, quando você tem um nível de expansão desses, se produz dois efeitos: um é a desvalorização artificial da moeda. (...) O outro problema sério é que cria uma massa monetária que não vai para a economia real. O que se produz? Bolha. Bolha, especulação", protestou.

A "desvalorização artificial" da moeda, segundo a presidente, não tem como efeito ganhos de competitividade das economias domésticas. "O que se está fazendo equivale a uma barreira tarifária. Todo mundo se queixa de barreira tarifária, de protecionismo", acusou.

O tom das reclamações do Brasil cresceu desde a última semana, quando o Banco Central Europeu (BCE) ofereceu mais 530 bilhões de euros em linhas de empréstimo subvencionadas - com juros de 1% e prazo de três anos para pagar. Nos últimos três meses, o total injetado no sistema financeiro da zona do euro pela autoridade monetária chega a 1 trilhão de euros.

Questionada pela reportagem se ao reclamar para a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, o governo brasileiro não estava pedindo a intervenção na autonomia do BCE, Dilma respondeu: "Não, sabe por quê? Porque estão interferindo na nossa." "O que o Brasil quer com isso é mostrar que está em andamento uma forma concorrencial de proteção de mercado, que é o câmbio. Não é tarifa; é o câmbio, que virou uma forma artificial de proteção", reiterou.

A presidente também ressaltou que o governo vai tomar medidas e citou o recente aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) como parte da estratégia, mas negou que defenda a quarentena de capital externa. "Somos uma economia soberana. Tomaremos todas as medidas para nos proteger. Vamos ver quais medidas, como essa que tomamos recentemente sobre o IOF."

Veja também

Hannover - A presidente Dilma Rousseff disparou na manhã de hoje novas críticas à política monetária de países desenvolvidos, que segundo números do Banco de Compensações Internacionais (BIS) despejaram US$ 8,8 trilhões em liquidez na economia mundial desde o início da crise. De acordo com a presidente, as medidas causam "desvalorização artificial" das moedas, "equivalem a barreiras tarifárias" e geram bolhas e especulação. O assunto, garantiu a chefe de Estado, será tratado hoje com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel.

Dilma se mostrou contrariada com os novos números divulgados pelo BIS e disse que não apenas o Brasil, mas todos os países emergentes, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o próprio BIS estão preocupados com a enxurrada de dinheiro novo no sistema financeiro. "O efeito é internacional, não nacional. Como o mundo é globalizado, quando você tem um nível de expansão desses, se produz dois efeitos: um é a desvalorização artificial da moeda. (...) O outro problema sério é que cria uma massa monetária que não vai para a economia real. O que se produz? Bolha. Bolha, especulação", protestou.

A "desvalorização artificial" da moeda, segundo a presidente, não tem como efeito ganhos de competitividade das economias domésticas. "O que se está fazendo equivale a uma barreira tarifária. Todo mundo se queixa de barreira tarifária, de protecionismo", acusou.

O tom das reclamações do Brasil cresceu desde a última semana, quando o Banco Central Europeu (BCE) ofereceu mais 530 bilhões de euros em linhas de empréstimo subvencionadas - com juros de 1% e prazo de três anos para pagar. Nos últimos três meses, o total injetado no sistema financeiro da zona do euro pela autoridade monetária chega a 1 trilhão de euros.

Questionada pela reportagem se ao reclamar para a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, o governo brasileiro não estava pedindo a intervenção na autonomia do BCE, Dilma respondeu: "Não, sabe por quê? Porque estão interferindo na nossa." "O que o Brasil quer com isso é mostrar que está em andamento uma forma concorrencial de proteção de mercado, que é o câmbio. Não é tarifa; é o câmbio, que virou uma forma artificial de proteção", reiterou.

A presidente também ressaltou que o governo vai tomar medidas e citou o recente aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) como parte da estratégia, mas negou que defenda a quarentena de capital externa. "Somos uma economia soberana. Tomaremos todas as medidas para nos proteger. Vamos ver quais medidas, como essa que tomamos recentemente sobre o IOF."

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaCrises em empresasDilma RousseffPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosProtecionismoPT – Partido dos Trabalhadores

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame