Economia

Desastre europeu afetaria América Latina

Secretário-geral Ibero-americano Enrique Iglesias diz que o primeiro problema do continente latino está "no que vai acontecer com o mundo"

Enrique Iglesias: para o secretário-geral Ibero-americano, América Latina depende do que vai acontecer com o mundo em tempos de crise econômica (Elza Fiúza/Abr)

Enrique Iglesias: para o secretário-geral Ibero-americano, América Latina depende do que vai acontecer com o mundo em tempos de crise econômica (Elza Fiúza/Abr)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2012 às 11h39.

Santander - O secretário-geral Ibero-americano, Enrique Iglesias, declarou nesta terça-feira que o primeiro problema da América Latina está "no que vai acontecer com o mundo", já que "um desastre europeu" poderia gerar "uma catástrofe impossível de se escapar".

Ao lado do ex-presidente da Colômbia Belisario Betancur, Iglesias fez essas declarações durante um debate no curso "Panorama do Brasil", apresentado na Universidade Internacional Menéndez Pelayo de Santander, no norte da Espanha.

Sobre a situação na Europa e a crise que afeta a Espanha e Portugal, o responsável pela Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib) afirmou que "todo o mundo sabe que vai terminar algum dia, mas ninguém sabe quando e nem como. Ninguém tem uma ideia clara de como vamos sair desta crise".

Iglesias, que já foi presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), defendeu que a Espanha e Portugal não têm capacidade para resolver seus problemas sozinhos e, por isso, advertiu que "só com austeridade os problemas não se resolvem".

Neste sentido, o secretário-geral aposta em uma maior "unidade europeia", capaz de prestar um "apoio decisivo" aos países em dificuldades.


Iglesias defendeu a coordenação das posições dos países da América Latina em eventos mundiais, como as cúpulas do G20, e reivindicou o maior diálogo entre os Chefes de Estado.

O ex-presidente do BID também ressaltou que a América Latina ganhou "racionalidade" em política econômica, mas ainda precisa romper "alguns mitos", principalmente em referência às ideias relacionadas com a "resistência" ao investimento estrangeiro e sobre a inflação.

Outro ponto destacado por Iglesias foi "a queda espetacular" da pobreza no continente, que, segundo ele, se une a um "ganho" em matéria de igualdade e no aumento das classes médias.

Entre os desafios, tanto para o Brasil como para a América Latina, Iglesias defendeu uma política macroeconômica "prudente" para o futuro, além de fortes incentivos em uma educação de qualidade.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaEuropaCrise econômicaCrises em empresas

Mais de Economia

Por que as fusões entre empresas são difíceis no setor aéreo? CEO responde

Petrobras inicia entregas de SAF com produção inédita no Brasil

Qual poltrona do avião dá mais lucro para a companhia aérea?

Balança comercial tem superávit de US$ 5,8 bi em novembro