Déficit do governo cresceu em parte por transferência a estados, diz BC
Banco Central disse ainda que o pagamento de juros maior no mês passado pelo setor público deve-se ao ganho menor com swaps no mês
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de março de 2019 às 16h54.
Brasília — O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central , Fernando Rocha, explicou nesta sexta-feira, 29, durante apresentação das Estatísticas Fiscais, que o déficit primário do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS) cresceu em fevereiro em parte por conta das transferências da União aos estados e municípios. Após ter registrado déficit de R$19,005 bilhões em fevereiro de 2018, o Governo Central apresentou déficit primário de R$ 20,612 bilhões no mês passado, segundo o BC.
Como as transferências para os estados aumentaram, o superávit destes entes federativos no mês passado também foi maior.
As estatísticas do BC mostram que, em fevereiro, os estados tiveram superávit primário de R$ 4,292 bilhões, ante superávit de R$ 1,224 bilhão em fevereiro do ano passado.
Pagamento de juros
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central disse ainda que o pagamento de juros maior no mês passado pelo setor público deve-se ao ganho menor do BC com swaps no mês. Os saldos das operações de swap da instituição são contabilizadas na conta de juros.
Em fevereiro, conforme o BC, o pagamento de juros do setor público somou R$ 30,082 bilhões. Em janeiro, essa conta havia sido de R$ 20,853 bilhões.
Essa diferença é justificada em grande parte pelo fato de, no mês passado, o BC ter apurado ganho de R$ 315 milhões com swaps, sendo que em janeiro o lucro havia sido de R$ 11,628 bilhões.
"Excluindo o swap da conta, haveria redução de juros de US$ 2,1 bilhões em fevereiro", pontuou Rocha. "O número de dias úteis entre janeiro e fevereiro também contribuiu para diferença em juros. Em janeiro foram 22 dias úteis e em fevereiro, 20 dias."
De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas, excluindo os efeitos dos swaps e das diferenças de dias úteis, o que se vê é relativa estabilidade na conta de juros.