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Cuba pode reabrir negociações com Clube de Paris

País e entidade estão empenhados em reabrir negociações sobre a bilionária dívida pública cubana

Bandeira de Cuba: delegação do Clube viajou discretamente a Havana no final do ano passado para se reunir com autoridades bancárias cubanas (AFP)
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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2014 às 12h02.

Havana - Cuba e o Clube de Paris, que reúne nações credoras, estão empenhados em reabrir negociações sobre a bilionária dívida pública cubana, num sinal de que o governo comunista tem interesse em se reinserir na economia global.

Uma delegação do Clube viajou discretamente a Havana no final do ano passado para se reunir com autoridades bancárias cubanas, que haviam preparado várias propostas e pareciam ávidas por um acordo, segundo diplomatas não cubanos.

As negociações anteriores foram abandonadas em 2000, e ainda há obstáculos para a retomada de negociações sérias, segundo os diplomatas, que pediram anonimato.

Segundo eles, Cuba precisaria apresentar suas contas detalhadas aos credores, algo que o governo até agora recusa. Desde 2010 o governo não divulga dados sobre sua conta corrente e dívida externa, e as reservas de divisas são tratadas como segredo de Estado.

Mesmo assim, os diplomatas encaram a disposição cubana para o diálogo como um indicativo de que o país pode estar inclinado a acatar as regras financeiras internacionais.

Um acordo com o Clube de Paris -algo ainda distante- reduziria significativamente a dívida cubana, melhoria a reputação do país nos mercados financeiros e permitiria que o governo emitisse novos títulos de dívida.

Recentemente, como parte de uma abrangente abertura econômica, Cuba aprovou uma lei destinada a trazer bilhões de dólares em investimentos estrangeiros, além de iniciar o desmantelamento do sistema monetário duplo, que também atrapalhava a entrada de capitais. Paralelamente, Havana está negociando uma nova relação bilateral com a União Europeia.

"O positivo é que Cuba mais ou menos reestruturou e cumpriu as obrigações das suas dívidas nos últimos três anos. O negativo é que eles acham que isso basta, e não entendem que precisamos saber a capacidade financeira deles de cumprirem qualquer acordo ao qual cheguemos", afirmou um diplomata.

Nos últimos três anos, Cuba reestruturou sua dívida com a China, com credores comerciais japoneses, com o México e com a Rússia, sempre obtendo reduções substanciais no valor devido.

O Clube de Paris é um grupo informal composto por 19 países credores: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Holanda, Japão, Noruega, Rússia, Suécia e Suíça.

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Havana - Cuba e o Clube de Paris, que reúne nações credoras, estão empenhados em reabrir negociações sobre a bilionária dívida pública cubana, num sinal de que o governo comunista tem interesse em se reinserir na economia global.

Uma delegação do Clube viajou discretamente a Havana no final do ano passado para se reunir com autoridades bancárias cubanas, que haviam preparado várias propostas e pareciam ávidas por um acordo, segundo diplomatas não cubanos.

As negociações anteriores foram abandonadas em 2000, e ainda há obstáculos para a retomada de negociações sérias, segundo os diplomatas, que pediram anonimato.

Segundo eles, Cuba precisaria apresentar suas contas detalhadas aos credores, algo que o governo até agora recusa. Desde 2010 o governo não divulga dados sobre sua conta corrente e dívida externa, e as reservas de divisas são tratadas como segredo de Estado.

Mesmo assim, os diplomatas encaram a disposição cubana para o diálogo como um indicativo de que o país pode estar inclinado a acatar as regras financeiras internacionais.

Um acordo com o Clube de Paris -algo ainda distante- reduziria significativamente a dívida cubana, melhoria a reputação do país nos mercados financeiros e permitiria que o governo emitisse novos títulos de dívida.

Recentemente, como parte de uma abrangente abertura econômica, Cuba aprovou uma lei destinada a trazer bilhões de dólares em investimentos estrangeiros, além de iniciar o desmantelamento do sistema monetário duplo, que também atrapalhava a entrada de capitais. Paralelamente, Havana está negociando uma nova relação bilateral com a União Europeia.

"O positivo é que Cuba mais ou menos reestruturou e cumpriu as obrigações das suas dívidas nos últimos três anos. O negativo é que eles acham que isso basta, e não entendem que precisamos saber a capacidade financeira deles de cumprirem qualquer acordo ao qual cheguemos", afirmou um diplomata.

Nos últimos três anos, Cuba reestruturou sua dívida com a China, com credores comerciais japoneses, com o México e com a Rússia, sempre obtendo reduções substanciais no valor devido.

O Clube de Paris é um grupo informal composto por 19 países credores: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Holanda, Japão, Noruega, Rússia, Suécia e Suíça.

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