Sede do Banco Central: diretor diz que Cruzeiro do Sul foi questão isolada (Divulgação/Banco Central)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2012 às 16h41.
São Paulo - O problema do Banco Cruzeiro do Sul não tem relação com o restante do sistema bancário, segundo Anthero Meirelles, diretor de Fiscalização do Banco Central. “Não temos problema crônico em nenhum segmento de banco. O caso Cruzeiro do Sul é um caso isolado”, disse o diretor em entrevista coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira do BC, destacando que o problema foi detectado antes que se tornasse maior.
Em setembro, após fracassarem as negociações para a sua venda, o Banco Cruzeiro do Sul foi liquidado pelo BC. O problema na instituição começou em junho, quando o BC informou a descoberta de indícios de fraude nas suas contas.
Meirelles defende que o que aconteceu com o Cruzeiro do Sul não representa risco para o conjunto do sistema bancário. “O Cruzeiro do Sul é uma instituição pequena, sem relevância, sem interconectividade, não tem nenhuma implicação sistêmica”, disse o diretor. O segmento de bancos pequenos e médios representa cerca de 15% do sistema financeiro e tem Índice de Basiléia acima da média nacional, segundo Meirelles.
No mesmo dia em que foi anunciada a liquidação do Cruzeiro do Sul, o BC anunciou mudanças nas regras dos depósitos compulsórios. Para Anthero Meirelles, a tendência, após as mudanças é que a liquidez se espalhe mais no sistema.
“Vários bancos pequenos e médios reforçaram sua base de capital, em função da maior restrição de liquidez, seja por algum evento do sistema ou pela aversão ao risco”, disse. O diretor afirmou que também foram formadas parcerias entre bancos pequenos e médios e os grandes.