Crise faz Credit Suisse reduzir apetite por risco no Brasil
País foi listado pelo banco como um dos três maiores fatores de risco no mundo, ao lado da saída do Reino Unido da UE e do preço do petróleo
Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2016 às 10h18.
Genebra - O Credit Suisse , um dos dez maiores bancos de investimentos do mundo, declarou que vai rever seu "apetite ao risco" no Brasil diante da crise política e de seu impacto na economia.
Na terça-feira, 10, o banco publicou seu resultado financeiro para o primeiro trimestre e destacou o País como um dos três fatores de risco, ao lado da eventual saída do Reino Unido da União Europeia e do preço do petróleo.
Sem citar valores e se recusando a detalhar como ocorreria essa mudança de postura em relação ao Brasil, o Credit Suisse traça um cenário negativo para o País.
"O Brasil enfrenta uma recessão severa, exacerbada pela crise política, as consequências das investigações de corrupção e o processo de impeachment contra a presidente do Brasil", diz o informe do banco.
"Dadas as incertezas políticas, é difícil para o governo brasileiro adotar medidas para lidar com a política econômica e fiscal", indicou a instituição.
"Ainda que o Brasil seja um mercado importante para o Credit Suisse, reduzimos nosso apetite ao risco e continuamos a monitorar de forma cuidadosa nossa exposição, em especial nosso portfólio de empréstimos corporativos", explicou.
Procurado, o banco com sede em Zurique não aceitou dar explicações sobre o que significaria essa mudança de atitude. Fontes do Credit Suisse indicaram ao jornal O Estado de S. Paulo, porém, que tal estratégia poderia envolver a venda de parte do portfólio.
Mas, em Zurique, os representantes garantem que instituição continua "comprometida" com o mercado brasileiro, onde é um dos principais traders no mercado de câmbio.
Mudança
A redução da exposição ao Brasil viria ainda de uma estratégia adotada desde outubro para desalavancar o banco em relação a cenários de risco.
Segundo o informe trimestral, o capital econômico disponível foi reduzido em 2%, contra uma queda no capital de risco de 3%. "A posição geral de risco foi reduzida em 9%", indicou o informe.
"O principal objetivo da gestão de risco é o de proteger nossa situação financeira e reputação", afirmou o banco.
Além da crise no Brasil, outros dois fatores de risco apontados pelo Credit Suisse: a incerteza da permanência do Reino Unido na UE e o rebaixamento de alguns ativos por causa da queda da cotação do petróleo.
Na terça, as ações do banco tiveram um dia de alta, depois que a instituição divulgar perdas trimestrais menores do que se esperava pelo mercado. Para 2016, o Credit Suisse espera demitir 6 mil pessoas.
Desse total, 3,5 mil postos já foram suprimidos. De janeiro a março, o banco sofreu perdas de 484 milhões de francos suíços, contra lucros de 1,5 bilhão de francos no mesmo período de 2015. Apesar da alta de ontem nas ações, elas estão 40% abaixo do valor de 2015.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Genebra - O Credit Suisse , um dos dez maiores bancos de investimentos do mundo, declarou que vai rever seu "apetite ao risco" no Brasil diante da crise política e de seu impacto na economia.
Na terça-feira, 10, o banco publicou seu resultado financeiro para o primeiro trimestre e destacou o País como um dos três fatores de risco, ao lado da eventual saída do Reino Unido da União Europeia e do preço do petróleo.
Sem citar valores e se recusando a detalhar como ocorreria essa mudança de postura em relação ao Brasil, o Credit Suisse traça um cenário negativo para o País.
"O Brasil enfrenta uma recessão severa, exacerbada pela crise política, as consequências das investigações de corrupção e o processo de impeachment contra a presidente do Brasil", diz o informe do banco.
"Dadas as incertezas políticas, é difícil para o governo brasileiro adotar medidas para lidar com a política econômica e fiscal", indicou a instituição.
"Ainda que o Brasil seja um mercado importante para o Credit Suisse, reduzimos nosso apetite ao risco e continuamos a monitorar de forma cuidadosa nossa exposição, em especial nosso portfólio de empréstimos corporativos", explicou.
Procurado, o banco com sede em Zurique não aceitou dar explicações sobre o que significaria essa mudança de atitude. Fontes do Credit Suisse indicaram ao jornal O Estado de S. Paulo, porém, que tal estratégia poderia envolver a venda de parte do portfólio.
Mas, em Zurique, os representantes garantem que instituição continua "comprometida" com o mercado brasileiro, onde é um dos principais traders no mercado de câmbio.
Mudança
A redução da exposição ao Brasil viria ainda de uma estratégia adotada desde outubro para desalavancar o banco em relação a cenários de risco.
Segundo o informe trimestral, o capital econômico disponível foi reduzido em 2%, contra uma queda no capital de risco de 3%. "A posição geral de risco foi reduzida em 9%", indicou o informe.
"O principal objetivo da gestão de risco é o de proteger nossa situação financeira e reputação", afirmou o banco.
Além da crise no Brasil, outros dois fatores de risco apontados pelo Credit Suisse: a incerteza da permanência do Reino Unido na UE e o rebaixamento de alguns ativos por causa da queda da cotação do petróleo.
Na terça, as ações do banco tiveram um dia de alta, depois que a instituição divulgar perdas trimestrais menores do que se esperava pelo mercado. Para 2016, o Credit Suisse espera demitir 6 mil pessoas.
Desse total, 3,5 mil postos já foram suprimidos. De janeiro a março, o banco sofreu perdas de 484 milhões de francos suíços, contra lucros de 1,5 bilhão de francos no mesmo período de 2015. Apesar da alta de ontem nas ações, elas estão 40% abaixo do valor de 2015.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.