Crise da indústria impede Brasil de tirar pé do freio
A notícia de crescimento foi a melhor para o Brasil nos últimos 12 meses, mas, ao mesmo tempo, mostra o país como a economia emergente mais frágil à crise
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2012 às 18h32.
Rio de Janeiro - A economia brasileira cresceu 0,4% no segundo trimestre - ritmo inferior às previsões oficiais - devido ao enfraquecimento da indústria, setor que mais sofreu com a crise internacional e que freou a recuperação do país.
A notícia de crescimento foi a melhor para o Brasil nos últimos 12 meses, mas, ao mesmo tempo, mostra o país como a economia emergente mais frágil à crise, com piores resultados que seus vizinhos continentais e os parceiros de Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul), segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que o Brasil superou "a pior fase" da crise e sustentou que a economia "está acelerando gradualmente" depois da estagnação do primeiro trimestre, quando teve uma leve alta de 0,1%.
"A expectativa é que continuemos em trajetória de aceleração, que o terceiro e quarto trimestres sejam melhores que o segundo, que esteve fortemente influenciado pela crise internacional, que não melhorou e também afetou os países emergentes", disse Mantega em entrevista coletiva em São Paulo.
O pior setor foi a indústria, que caiu 2,5% no trimestre, com uma redução brusca em segmentos com um grande peso na economia e que estão orientados à exportação, como extração de recursos minerais, automotivo, materiais eletrônicos, farmacêutico e roupas e calçados.
Nos últimos meses, o governo concentrou seus esforços em conceder incentivos e cortes tributários às indústrias que empregam mais mão de obra, especialmente a automobilística, para evitar demissões e estimular o consumo no mercado interno.
Mantega lembrou que as ajudas demoram meses para surtir efeito, e poderão ser sentidas especialmente nos últimos meses do ano, quando espera-se que o conjunto da economia acelere.
O ministro garantiu que a economia crescerá a um ritmo de 4% anualizado entre outubro e dezembro e consolidará sua recuperação em 2013.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, afirmou hoje que o setor aumentará sua produção no segundo semestre graças aos incentivos governamentais e porque as fábricas conseguiram reduzir seus estoques.
Andrade destacou que "não houve demissões" na indústria "devido a essas expectativas de melhora no segundo semestre", que vai preceder um 2013 no qual o setor crescerá em torno de 4% ou 4,5%, segundo seus cálculos.
Longe dos maus resultados industriais, a agricultura e o setor de serviços mostraram recuperação entre abril e junho. A produção rural aumentou 4,9%, e os serviços tiveram seu terceiro trimestre positivo seguido, com alta de 0,7%, o que refletiu a recuperação de bancos, seguradoras e empresas dedicadas a informação, saúde e educação, por exemplo.
Na perspectiva da demanda, o consumo das famílias, um dos principais motores da economia brasileira, subiu 0,6% - seu terceiro resultado positivo seguido - mas que indica uma trajetória descendente.
A formação bruta de capital fixo, que inclui os investimentos em máquinas e equipamentos, caiu 0,7%. As exportações também tiveram mau resultado - queda de 3,9% -, refletido pela diminuição das vendas de minério de ferro, automóveis e outros produtos industriais.
Rio de Janeiro - A economia brasileira cresceu 0,4% no segundo trimestre - ritmo inferior às previsões oficiais - devido ao enfraquecimento da indústria, setor que mais sofreu com a crise internacional e que freou a recuperação do país.
A notícia de crescimento foi a melhor para o Brasil nos últimos 12 meses, mas, ao mesmo tempo, mostra o país como a economia emergente mais frágil à crise, com piores resultados que seus vizinhos continentais e os parceiros de Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul), segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que o Brasil superou "a pior fase" da crise e sustentou que a economia "está acelerando gradualmente" depois da estagnação do primeiro trimestre, quando teve uma leve alta de 0,1%.
"A expectativa é que continuemos em trajetória de aceleração, que o terceiro e quarto trimestres sejam melhores que o segundo, que esteve fortemente influenciado pela crise internacional, que não melhorou e também afetou os países emergentes", disse Mantega em entrevista coletiva em São Paulo.
O pior setor foi a indústria, que caiu 2,5% no trimestre, com uma redução brusca em segmentos com um grande peso na economia e que estão orientados à exportação, como extração de recursos minerais, automotivo, materiais eletrônicos, farmacêutico e roupas e calçados.
Nos últimos meses, o governo concentrou seus esforços em conceder incentivos e cortes tributários às indústrias que empregam mais mão de obra, especialmente a automobilística, para evitar demissões e estimular o consumo no mercado interno.
Mantega lembrou que as ajudas demoram meses para surtir efeito, e poderão ser sentidas especialmente nos últimos meses do ano, quando espera-se que o conjunto da economia acelere.
O ministro garantiu que a economia crescerá a um ritmo de 4% anualizado entre outubro e dezembro e consolidará sua recuperação em 2013.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, afirmou hoje que o setor aumentará sua produção no segundo semestre graças aos incentivos governamentais e porque as fábricas conseguiram reduzir seus estoques.
Andrade destacou que "não houve demissões" na indústria "devido a essas expectativas de melhora no segundo semestre", que vai preceder um 2013 no qual o setor crescerá em torno de 4% ou 4,5%, segundo seus cálculos.
Longe dos maus resultados industriais, a agricultura e o setor de serviços mostraram recuperação entre abril e junho. A produção rural aumentou 4,9%, e os serviços tiveram seu terceiro trimestre positivo seguido, com alta de 0,7%, o que refletiu a recuperação de bancos, seguradoras e empresas dedicadas a informação, saúde e educação, por exemplo.
Na perspectiva da demanda, o consumo das famílias, um dos principais motores da economia brasileira, subiu 0,6% - seu terceiro resultado positivo seguido - mas que indica uma trajetória descendente.
A formação bruta de capital fixo, que inclui os investimentos em máquinas e equipamentos, caiu 0,7%. As exportações também tiveram mau resultado - queda de 3,9% -, refletido pela diminuição das vendas de minério de ferro, automóveis e outros produtos industriais.