Crescimento da indústria do Brasil tem em abril menor nível em 6 meses
Abril foi marcado pelo menor aumento das vendas desde julho de 2018, com as encomendas para exportação caindo pelo 5º mês
Reuters
Publicado em 2 de maio de 2019 às 10h48.
São Paulo - O ritmo de crescimento da indústria brasileira chegou ao nível mais fraco em seis meses em abril, devido à perda de forçadas encomendas, embora a confiança futura tenha se fortalecido, indicou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras ( PMI , na sigla em inglês) divulgada nesta quinta-feira.
O PMI da indústria do Brasil medido pelo IHS Markit foi a 51,5 de 52,8 em abril, no 10º mês seguido acima da marca de 50 que separa crescimento de contração. Porém, o resultado é o mais fraco em seis meses.
Tendências mais fracas foram registradas nas categorias de bens ao consumidor e bens intermediários, embora o crescimento entre os produtores de bens de capital tenha se mantido.
Abril foi marcado pelo menor aumento das vendas desde julho de 2018, com as encomendas para exportação caindo pelo quinto mês consecutivo.
Os entrevistados citaram comércio global fraco e problemas na Argentina, e assim o aumento da produção se moderou para a mínima de cinco meses.
O setor industrial registrou criação de vagas em abril, mas também com desaceleração, no ritmo mais fraco dos últimos quatro meses de crescimento.
As empresas que aumentaram as vagas citaram maiores necessidades de produção, compensadas por aqueles que falaram em cautela com o gerenciamento de custos.
"A fraqueza do crescimento das novas encomendas e os desafios comerciais criaram obstáculos para as indústrias brasileiras no início do segundo trimestre. Esses reveses afetaram a capacidade das empresas de sustentar os aumentos sólidos de emprego sinalizados no início do ano", disse a economista do IHS Markit Pollyanna De Lima.
Os preços dos insumos aumentaram no maior ritmo em seis meses devido à fraqueza cambial, mas a inflação dos preços de venda mostrou alívio em relação a março, contida pelas pressões competitivas.
Mas para o futuro, os empresários industriais esperam inovações de produtos, melhores oportunidades de exportação e condições econômicas favoráveis. Com isso, o grau de otimismo foi o segundo mais alto da série histórica, atrás apenas do registrado em janeiro passado.