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CPI busca relação da luta pela BrT com choque entre Dirceu e Gushiken

Depoimento de Luiz Gushiken serve de prévia para um dia-chave na crise política

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h42.

Dois depoimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga corrupção nos Correios podem esclarecer bastidores políticos de uma das maiores disputas da história empresarial brasileira. Nesta quarta-feira (14/9), o ex-ministro de Comunicação e Gestão Estratégica (Secom), Luiz Gushiken, atual secretário do Núcleo de Assuntos Estratégicos, está sendo inquirido a respeito de sua influência sobre os fundos de pensão, além da gestão das verbas publicitárias oficiais.

Na próxima quarta-feira (21/9), depõe o banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity e pivô de uma longa disputa com fundos de pensão, Telecom Itália e Citigroup em torno do controle da Brasil Telecom (leia reportagem de EXAME sobre o embate).

O que os deputados vão perguntar é se o banqueiro realmente obteve as graças do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, contra Gushiken, que apoiaria os fundos de pensão. Em uma das etapas da intrincada guerra, Dantas estaria interessado em vender a Telemig para capitalizar-se e comprar a participção do Citigroup na Brasil Telecom.

Mas a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, tinha poder de vetar essa transação. A partir de então, o banqueiro teria se aproximado e obtido apoio de Dirceu, de Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT) e do petista Henrique Pizzolato, diretor de marketing do BB e presidente do Conselho Deliberativo da Previ. Haveria interesse deste grupo em obter dinheiro de Dantas para financiar campanhas eleitorais.

Na primeira parte do depoimento de Gushiken, no final desta manhã, o ex-ministro hesitou um pouco antes de responder à pergunta sobre eventuais encontros entre Dirceu e Dantas. "Assim como eu, assim como qualquer ministro, o ex-ministro José Dirceu teve relacionamento com 'n' ministros e 'n' empresários. Não tenho juízo de valor, faz parte da missão dele como ministro da Casa Civil", afirmou. "O tema Opportunity-Previ nunca foi tema de conversas entre mim e o ministro José Dirceu."

Sobre a reação dos fundos às movimentações do Opportunity, Gushiken limitou-se a dizer que seus dirigentes deram um tratamento adequado no caso da disputa e nem seria preciso, portanto, que ele fizesse gestões.

Aquecimento

O depoimento de Gushiken serve de prévia para um dia-chave, em que será finalmente votada a cassação no plenário da Câmara dos Deputados do mandato parlamentar de Roberto Jefferson, que detonou a crise política atual.

O dia também verá os primeiros desdobramentos do pedido de cassação do próprio presidente da Câmara, deputado Severino Cavalcanti.

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