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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h12.
"Avaliando as perspectivas para a trajetória da inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa SELIC em 19,75% ao ano, sem viés." Com a nota usualmente curta, divulgada no fim da tarde desta quarta-feira (17/8), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC) frustrou quem esperava o início do ciclo de relaxamento monetário, adiando para setembro a esperada redução da taxa básica de juros da economia.
As justificativas da decisão devem ser apresentadas quando a ata da reunião for divulgada na semana que vem. Analistas apontaram a possibilidade de reajuste dos combustíveis como o fator-chave a ser considerado pelo comitê hoje.
É a terceira vez em que o Copom mantém os juros em 19,75% ao ano. A gritaria tradicional da indústria e do comércio logo depois do anúncio do resultado da reunião não demorou.
A Confederação Nacional da Indústria avalia em nota que tanto o comportamento corrente da inflação como sua tendência futura justificariam o início de um ciclo de queda dos juros. "Ambos apontam para o alcance da meta de inflação tanto em 2005 como em 2006", afirma a CNI.
A confederação também afirma estranhar a decisão de hoje. "Ainda que a prática conservadora do BC nos últimos anos sugerisse uma postura cautelosa por parte da autoridade monetária, a decisão de manter os juros causou estranheza. O Copom ignorou os parâmetros utilizados pelo próprio Comitê quando da decisão de elevação das taxas de juros no final do ano passado."
Para Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), "é intolerável a teimosia do Copom de manter a escalada dos juros, elevando a extremos a frustração e desrespeitando a inteligência dos brasileiros com explicações que não convencem".
"Sempre haverá algum fator pontual para justificar a manutenção das taxas de juros em níveis estratosféricos, como o preço do petróleo, por exemplo. Mas não se explica o fato de o BC se prender a detalhes quando os próprios analistas do mercado ressaltam que a trajetória da inflação está em franco declínio", diz Marcos Andrade, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo (Abiesv).
Para a Federação do Comério do Rio de Janeiro, já haveria condições para um corte de 0,5 ponto percentual da Selic hoje.
2005 | |
Agosto |
19,75 % ao ano |
Julho |
19,75 % ao ano |
Junho |
19,75 % ao ano |
Maio |
19,75 % ao ano |
Abril |
19,50 % ao ano |
Março |
19,25 % ao ano |
Fevereiro |
18,75 % ao ano |
Janeiro |
18,25 % ao ano |
<br>
<table cellpadding="3" cellspacing="0" class="text_preto" width="460">
<tr valign="bottom">
<td colspan="2" bgcolor="ececec"><b>2004</b></td>
</tr>
<tr valign="bottom">
<td width="100">Dezembro</td>
<td>
17,75 % ao ano
2003 | |
Dezembro |
16,5 % ao ano |
Novembro |
17,5 % ao ano |
Outubro |
19 % ao ano |
Setembro |
20 % ao ano |
Fonte: BC
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