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Copom: mercado espera alta de 0,25 ponto percentual da Selic, mas diverge sobre tamanho do ciclo

Entre três dos maiores bancos privados do país, as apostas são de que a taxa terminará o processo de alta entre 11,5% e 12% ao ano

Membros do Copom: diretores do Banco Central devem subir os juros em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira, 18 ( Raphael Ribeiro/BCB/Flickr)
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 18 de setembro de 2024 às 06h00.

Última atualização em 18 de setembro de 2024 às 09h24.

A maioria do mercado prevê que o Comitê de Política Monetária ( Copom ) aumentará aSelicem 0,25 ponto percentual na reunião desta quarta-feira, 18. Segundo o painel de probabilidades da B3, 76,5% das apostas em opções do Copom indicam alta de juros nessa magnitude.

Entretanto, a divergência dos economistas e dos analistas está no tamanho do ciclo de elevação da taxa.

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Bradesco aposta que Selic chegará a 11,5% no fim do clico

Em relatório divulgado aos clientes, o diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, afirmou os membros do Copom têm sido  enfáticos que não tolerarão desvios da inflação em relação ao centro da meta no horizonte relevante para a política monetária.

A literatura econômica mostra que esse horizonte considera um prazo de 12 a 18 meses à frente. Na prática o BC está mais preocupado, neste momento, com a inflação do fim de 2025 e do início de 2026.

“Com isso, o BC deve iniciar um ajuste na taxa de juros com uma alta de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Copom. Esperamos que os juros sigam subindo nesse mesmo ritmo até a reunião de janeiro, com a Selic atingindo 11,50% ao final do ciclo, apostando também em uma expansão dos gastos públicos em linha com os níveis estabelecidos pelo arcabouço”, disse.

Na prática, Barbosa não avaliou que a política fiscal trará uma pressão adicional para a inflação.

BTG Pactual estima juros de 12% no fim do ciclo

O Copom deve subir os juros em 0,25 ponto percentual, afirmou o economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida.

Segundo ele, isso deve correr diante da combinação de atividade econômica aquecida, do mercado de trabalho apertado, da incerteza do apoio político para as reformas necessárias para controlar o crescimento das despesas obrigatórias e taxa de câmbio desvalorizada que contribui para a desancoragem das expectativas de inflação.

"Neste cenário, o Banco Central não tem alternativa que não seja um ciclo de aumento de juros. Um alerta. O aumento da diferença da taxa de juros doméstica em relação à taxa de juros dos Estados Unidos pode ajudar na valorização do real e contribuir para um cenário mais benigno para inflação. No entanto, uma valorização mais forte do real só acontecerá se ficar claro o compromisso do governo com o teto de gastos e, assim, medidas concretas para controlar o crescimento da despesa obrigatória forem adotadas", afirmou Almeida, em relatório aos clientes.

Nessas circunstâncias, disse o economista-chefe do BTG Pactual, é possível que o ciclo de aumento de juros seja breve e que comece a ser revertido em meados do próximo ano e a taxa volte a se aproximar de um dígito ainda em 2025.

Itaú Unibanco projeta taxa de 12% no fim do ciclo

Segundo economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquista, o BC subirá os juros em 0,25 ponto percentual nesta quarta. Segundo ele, o real seguiu pressionado, próximo das máximas recentes, refletindo os ruídos na comunicação da autoridade monetária e as contínuas incertezas sobre os rumos das contas públicas.

Além disso, disse Mesquita, os dados mais recentes de atividade indicam que a economia se encontra mais aquecida do que o BC esperava na última reunião do Copom, e as expectativas de inflação seguem desancoradas. Com isso, o BC levará os juros para 12% ao ano.

"Sob essas condições, a autoridade monetária deve renovar no comunicado a promessa de vigilância e o firme compromisso de convergência da inflação à meta, com os membros do comitê, unanimemente, optando por sinalizar a retomada do ciclo de alta na taxa de juros a partir de setembro. Nesse contexto, a maioria dos membros deve enfatizar a assimetria, para cima, do balanço de riscos, em meio às projeções e riscos mais elevados para a trajetória da inflação", informou Mesquita, em relatório aos clientes.

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