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Copom e guerra ditam ritmo do mercado na semana

A semana dos mercados brasileiros começa como terminou a passada: refém de um possível ataque dos Estados Unidos contra o Iraque. Além disso, no cenário interno, o mercado de câmbio e a Bolsa de Valores de São Paulo ficam de olho na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que começa na […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h17.

A semana dos mercados brasileiros começa como terminou a passada: refém de um possível ataque dos Estados Unidos contra o Iraque. Além disso, no cenário interno, o mercado de câmbio e a Bolsa de Valores de São Paulo ficam de olho na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que começa na terça-feira (17/09) e termina no dia seguinte.

A aposta da maior parte do mercado é que o BC mantenha a atual taxa de juros, que está 18% ao ano. O principal motivo: inflação alta. Mesmo que os IPCs (Índice de Preço ao Consumidor, indicativo da Fipe que baseia as decisões do Copom) tenham tido uma trajetória de declínio se comparado com meses anteriores (o IPCA, por exemplo, recuou de 1,19% em julho para 0,65% em agosto). A queda foi pressionada pelos reajustes dos preços administrados ocorridos no período junho-agosto , afirma o Lloyds TSB. Entretanto, os preços dos alimentos derivados de commodities (trigo

e soja principalmente) têm pressionado os índices por serem bens não-duráveis de valor agregado inferior e menos correlacionados com o atual patamar de juros.

Isso significa que o chamado núcleo de inflação elevou-se de 0,5% em julho para 0,65% em agosto e a taxa acumulada em 12 meses atingiu 7,16%. Muito acima da meta acertada para o próximo ano.

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Como o cenário é de instabilidade (dólar acima do patamar desejável de 3 reais; risco-país alto e nervosismo pré-eleitoral), é pouco provável que o BC arrisque baixar a taxa de juros o que passaria a idéia de que deixará de tentar atingir o ponto médio da meta estabelecido para o ano que vem, ainda que a tarefa para 2002 seja difícil mesmo depois da alteração negociada com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Isto implicaria perda de credibilidade na política monetária , diz o Lloyds. É impossível desconsiderar o fato de que o Real ainda está muito desvalorizado (mesmo considerando que há um evidente exagero nesse patamar por conta da variável política). Soma-se a isso a potencial deterioração do cenário internacional. Portanto, é razoável supor que o Copom não vá reduzir os juros básicos novamente, mas é provável que o viés de baixa seja mantido.

Guerra e petróleo

O mercado continua reagindo mal ao risco de guerra contra o Iraque. As bolsas da Ásia fecharam em queda nesta segunda-feira e os preços do petróleo estão subindo no mercado internacional. Agora de manhã, o barril do petróleo tipo Brent, negociado em Londres para entrega em novembro, estava cotado a 28,58 dólares, alta de 0,95% com relação aos 28,31 dólares de sexta-feira.

Indicadores de hoje

No Brasil, o governo divulga os dados da balança comercial da semana passada (segunda semana de setembro). A expectativa do mercado é de superávit de 200 milhões de dólares.

O IBGE divulga a produção regional de julho que deve ser maior do que a do mesmo mês de 2001, já que naquele período o racionamento de energia pressionou a queda da produção.

O BC fará uma operação de venda de Letra do Tesouro Nacional (LTN) pela manhã. Os papéis ofertados vencem em 08/01 de 2003, mas serão recomprados pelo BC em 23/10 deste ano. Também pela manhã o BC recompra papéis de Letras Financeiras do Tesouro (LFT) para dar continuidade ao plano de retirar 11 bilhões de reais em títulos do mercado e melhorar a performance dos fundos. Hoje serão recomprados até 210 mil títulos com vencimento em 11/06 e 20/08 de 2003.

Nos Estados Unidos, será divulgado o resultado do nível de estoques de mercadorias no mês de julho.

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