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Construção civil se desloca do Sudeste; privatização impulsiona setor

A Pesquisa Anual da Indústria da Construção 2000 (PAIC), lançada nesta terça-feira pelo IBGE, revela que, embora o Sudeste permaneça na liderança do setor, a região perde participação, de 1996 para 2000, tanto em número de pessoas ocupadas (de 62,28% para 51,61%) como em valor das construções executadas (de 65,75% para 54,54%), enquanto as demais […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h17.

A Pesquisa Anual da Indústria da Construção 2000 (PAIC), lançada nesta terça-feira pelo IBGE, revela que, embora o Sudeste permaneça na liderança do setor, a região perde participação, de 1996 para 2000, tanto em número de pessoas ocupadas (de 62,28% para 51,61%) como em valor das construções executadas (de 65,75% para 54,54%), enquanto as demais regiões ganham participação nos dois indicadores.

A pesquisa revelou ainda que alguns segmentos da indústria de construção ganharam participação significativa entre 1996 e 2000, como obras viárias, que passou de 24,2% para 29,1%; obras de infra-estrutura elétrica e de telecomunicações, de 8,6% para 11,1% e estações e redes de telefonia e comunicação, de 3,03% para 5,19% devido, principalmente, ao processo de privatização.

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As comparações entre os anos de 1996 e 2000 foram possíveis para um núcleo de 1.403 empresas comuns nesse período e que representaram 67,7% do valor das construções executadas em 2000. Nesse universo de empresas, verificou-se uma trajetória alternada de crescimento e queda, com resultados positivos de 1996 a 1998 e negativos a partir de 1999, com queda dos investimentos e conseqüente reflexo no setor de construção. Os dados de 2000 mostram melhora nos indicadores, mas insuficiente para recuperar os níveis de 1996.

Entre os estados, São Paulo continua na liderança, mas perde participação, tanto no emprego (de 32,8% para 28,1%) quanto no valor das construções executadas (de 39,7% para 34,0%). O mesmo movimento de queda ocorre nos demais estados da região, fazendo com que o sudeste perca, praticamente, 10 pontos percentuais nas duas variáveis.

Na distribuição por classes de pessoal ocupado, a PAIC 2000 mostrou que as empresas com até 99 trabalhadores constituíam 63,4% do universo investigado, mas detinham parcela minoritária do emprego (18,8%) e apenas 20,4% do valor das construções executadas; em contrapartida, as empresas com mais de 500 empregados, representavam 4,7% do total das empresas selecionadas, empregavam 41,1% do contigente de trabalhadores e responderam por 43,7% do valor das construções.

Em 2000, as empresas pesquisadas tiveram lucro líquido de R$ 5,1 bilhões e executaram obras no valor de R$ 33 bilhões. Mais da metade desse valor foram obras públicas

A Pesquisa Anual da Indústria da Construção investigou 3.523 empresas em operação, que foram responsáveis pela geração de 555.164 empregos. Essas empresas pagaram, entre salários e retiradas, um total de R$ 4,9 bilhões, o que significou um salário médio de 4,6 salários mínimos mensais1; em termos de receita operacional líquida, auferiram R$ 31,9 bilhões, apurando um lucro líquido de R$ 5,1 bilhões, enquanto que o valor das construções executadas alcançou a cifra de R$ 33 bilhões, sendo que 52,5% deste total corresponderam às obras executadas para entidades públicas. Em 1996, segundo a mesma pesquisa, as entidades públicas responderam por 60,0% do valor das construções executadas.

As 3.523 empresas pesquisadas representam 3,18% do total das empresas de construção do cadastro do IBGE, mas são responsáveis por metade do total de pessoas ocupadas no setor (49,59%) e por 77,30% dos salários de todo o pessoal ocupado na construção civil.

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