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Conselho de Segurança espera com cautela as notícias de Annan sobre a Síria

Kofi Annan avaliará a mediação realizada para frear a violência nesse país e os eventuais avanços concretos do regime de Bashar al Assad

O enviado da ONU para a Síria, Kofi Annan (Lintao Zhang/ Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2012 às 16h27.

Nações Unidas, 1 abr (EFE).- O Conselho de Segurança da ONU receberá na segunda-feira o enviado especial do organismo e da Liga Árabe na Síria , Kofi Annan, que avaliará a mediação realizada para frear a violência nesse país e os eventuais avanços concretos do regime de Bashar al Assad.

O principal órgão internacional de segurança conhecerá os últimos movimentos de Annan depois que, nesta semana, o líder sírio aceitou, com reservas, seu plano de seis pontos para pôr fim a uma crise que dura mais de um ano.

Cautela é a palavra mais utilizada entre os 15 membros do Conselho para definir o momento atual, em que se espera que Damasco, além de aceitar o plano de Annan, o aplique, e no qual todos os olhares estão pendentes dos movimentos da oposição.

Fontes diplomáticas ressaltaram falta de credibilidade de Assad e suas eventuais promessas e por isso esperam que Annan consiga resultados, embora estejam conscientes que esses esforços poderiam demorar semanas.

'Annan tem todo nosso respaldo e agora é preciso dar-lhe o tempo que necessite', afirmou à Agência Efe uma fonte do Conselho de Segurança, onde, segundo outras fontes diplomáticas consultadas, se confia que o mediador saberá quando parar seu trabalho se não detecta movimentos por parte das autoridades sírias.

No Conselho se avalia positivamente, segundo as mesmas fontes, a 'cautela e o perfil discreto' com os quais Annan realiza seu trabalho, pois consideram que o ex-secretário-geral da ONU é 'consciente que não pode queimar todos seus cartuchos neste momento'.

Annan discursará perante o Conselho - que em abril está presidido pelos Estados Unidos - mediante uma videoconferência desde Genebra, em reunião a portas fechadas na qual poucos esperam que peça mais ações, uma vez que no último dia 21 de março todos, inclusive Rússia e China, apoiaram seu trabalho com uma declaração presidencial.

A última vez que Annan compareceu perante o Conselho foi no dia 16 de março, quando ressaltou sua decepção com Damasco e pediu o respaldo unânime do principal órgão de decisão da ONU para conseguir o sucesso de sua missão.

O próximo movimento no Conselho de Segurança sobre a crise síria só deve ocorrer, no entanto, quando Annan declarar que chegou o momento de enviar uma missão de observadores para comprovar o cumprimento de um eventual cessar-fogo.

Porém, as fontes diplomáticas consultadas consideram que isso demorará a acontecer.

Mesmo assim, o Departamento de Operações de Paz da ONU (DPKO) já prepara vários planos para realizar um eventual desdobramento de observadores.

Segundo fontes diplomáticas, já se prevê a possibilidade de enviar em breve a Damasco uma equipe técnica para falar dessa hipotética missão, que constaria de entre 200 e 250 observadores.

De acordo com os dados da ONU, mais de nove mil pessoas morreram na Síria desde que há um ano explodiram os protestos populares contra o regime, que foram violentamente reprimidos pelas forças de segurança.

Desde então, a revolta sucedeu em bombardeios sobre a população e confrontos entre o exército, os seguidores do regime e a oposição armada, que obrigaram mais de 200 mil pessoas a deslocar-se internamente e cerca de 30 mil a buscar refúgio em outros países, como a Turquia.

Neste domingo, pelo menos 57 pessoas morreram no país, em uma nova jornada de violência, segundo informações dos grupos de oposição.

Na reunião do Conselho também estarão presentes as conclusões da reunião do grupo 'Amigos da Síria', realizada hoje em Istambul com a participação de 83 países e que reconheceu o opositor Conselho Nacional Sírio (CNS) como 'representante de todos os sírios'. EFE

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O principal órgão internacional de segurança conhecerá os últimos movimentos de Annan depois que, nesta semana, o líder sírio aceitou, com reservas, seu plano de seis pontos para pôr fim a uma crise que dura mais de um ano.

Cautela é a palavra mais utilizada entre os 15 membros do Conselho para definir o momento atual, em que se espera que Damasco, além de aceitar o plano de Annan, o aplique, e no qual todos os olhares estão pendentes dos movimentos da oposição.

Fontes diplomáticas ressaltaram falta de credibilidade de Assad e suas eventuais promessas e por isso esperam que Annan consiga resultados, embora estejam conscientes que esses esforços poderiam demorar semanas.

'Annan tem todo nosso respaldo e agora é preciso dar-lhe o tempo que necessite', afirmou à Agência Efe uma fonte do Conselho de Segurança, onde, segundo outras fontes diplomáticas consultadas, se confia que o mediador saberá quando parar seu trabalho se não detecta movimentos por parte das autoridades sírias.

No Conselho se avalia positivamente, segundo as mesmas fontes, a 'cautela e o perfil discreto' com os quais Annan realiza seu trabalho, pois consideram que o ex-secretário-geral da ONU é 'consciente que não pode queimar todos seus cartuchos neste momento'.

Annan discursará perante o Conselho - que em abril está presidido pelos Estados Unidos - mediante uma videoconferência desde Genebra, em reunião a portas fechadas na qual poucos esperam que peça mais ações, uma vez que no último dia 21 de março todos, inclusive Rússia e China, apoiaram seu trabalho com uma declaração presidencial.

A última vez que Annan compareceu perante o Conselho foi no dia 16 de março, quando ressaltou sua decepção com Damasco e pediu o respaldo unânime do principal órgão de decisão da ONU para conseguir o sucesso de sua missão.

O próximo movimento no Conselho de Segurança sobre a crise síria só deve ocorrer, no entanto, quando Annan declarar que chegou o momento de enviar uma missão de observadores para comprovar o cumprimento de um eventual cessar-fogo.

Porém, as fontes diplomáticas consultadas consideram que isso demorará a acontecer.

Mesmo assim, o Departamento de Operações de Paz da ONU (DPKO) já prepara vários planos para realizar um eventual desdobramento de observadores.

Segundo fontes diplomáticas, já se prevê a possibilidade de enviar em breve a Damasco uma equipe técnica para falar dessa hipotética missão, que constaria de entre 200 e 250 observadores.

De acordo com os dados da ONU, mais de nove mil pessoas morreram na Síria desde que há um ano explodiram os protestos populares contra o regime, que foram violentamente reprimidos pelas forças de segurança.

Desde então, a revolta sucedeu em bombardeios sobre a população e confrontos entre o exército, os seguidores do regime e a oposição armada, que obrigaram mais de 200 mil pessoas a deslocar-se internamente e cerca de 30 mil a buscar refúgio em outros países, como a Turquia.

Neste domingo, pelo menos 57 pessoas morreram no país, em uma nova jornada de violência, segundo informações dos grupos de oposição.

Na reunião do Conselho também estarão presentes as conclusões da reunião do grupo 'Amigos da Síria', realizada hoje em Istambul com a participação de 83 países e que reconheceu o opositor Conselho Nacional Sírio (CNS) como 'representante de todos os sírios'. EFE

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