Confiança do empresário cai pelo 5º mês seguido em abril
Segundo a CNC, a piora na confiança do empresariado é reflexo do recrudescimento da pandemia e da necessidade de endurecimento das medidas restritivas
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de abril de 2021 às 12h21.
Última atualização em 26 de abril de 2021 às 22h47.
Os comerciantes brasileiros ficaram mais pessimistas em abril, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 6,4% em relação a março, para 95,7 pontos, a quinta queda consecutiva.
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Com o resultado, o indicador voltou à zona de insatisfação, abaixo de 100 pontos. Na comparação com abril de 2020, o indicador recuou 20,7%.
Segundo a CNC, a piora na confiança do empresariado a despeito da retomada do pagamento do auxílio emergencial em abril é reflexo do recrudescimento da pandemia e da necessidade de endurecimento das medidas restritivas. A entidade defende como solução o avanço na imunização da população contra a covid-19.
Na passagem de março para abril, todos os três componentes do Icec apresentaram perdas pelo terceiro mês seguido. O componente que mostra a avaliação das condições atuais do empresário do comércio encolheu 9,6%, para 67,6 pontos. Já as expectativas do empresariado caíram 6,2%, para 132,0 pontos. O componente de intenções de investimentos recuou 4,1%, para 87,5 pontos.
A CNC menciona ainda uma "tempestade perfeita", devido a problemas de estoques, crédito e pressão de custos.
"Há problemas para conseguir repassar aumento de custos para os preços finais, quando se há famílias mais endividadas. Além disso, o crédito está mais caro, há incertezas políticas, demora com reformas do Estado, dólar alto e consumidores cautelosos quanto a extrapolar gastos", acrescentou Antonio Everton, economista da CNC responsável pela pesquisa, em nota oficial.
O porcentual de empresários que consideravam os estoques em volume compatível com a demanda diminuiu de cerca de 61,2% em abril de 2020 para 56,7% em abril de 2021, "demonstrando incertezas e dificuldades para fazer o ajuste do volume de produtos da empresa com o mercado".