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Com inflação seguindo para meta, BC deve manter Selic

A consultoria espera que o índice de preços ao consumidor alcance o nível de 5,5% no ano que vem, depois de atingir 9,5% em 2015

Sede do Banco Central em Brasília: a aposta em meados de 2016 se deve à crença dos analistas de que será neste período em que a desaceleração da inflação estará mais clara, no caminho para chegar ao fim do ano em um patamar inferior ao teto da meta do BC (6,5%) (REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2015 às 17h01.

São Paulo - Uma vez que as expectativas de inflação para o ano que vem são de desaceleração, é improvável que o Banco Central mexa na taxa básica de juros nas reuniões restantes deste ano, com a próxima prevista para a semana que vem (dias 20 e 21).

A avaliação é dos economistas Ariel Rajnerman e Rachel Ziemba, da consultoria norte-americana Roubini, em relatório enviado a clientes. Para eles, o mais provável é que o primeiro movimento só seja realizado em meados de 2016, com redução da Selic.

A aposta em meados de 2016 se deve à crença dos analistas de que será neste período em que a desaceleração da inflação estará mais clara, no caminho para chegar ao fim do ano em um patamar inferior ao teto da meta do BC (6,5%).

A consultoria espera que o índice de preços ao consumidor alcance o nível de 5,5% no ano que vem, depois de atingir 9,5% em 2015.

A consultoria apoia sua expectativa de desaceleração dos preços em três fatores: perda de ritmo dos preços administrados; recessão econômica e aumento do desemprego, causando redução de salário e maior restrição ao crédito; e depreciação moderada do câmbio, tendo menor impacto nos produtos mais expostos ao dólar.

"Ninguém acredita que a inflação atingirá em 2016 o centro da meta do BC, de 4,5%, mas estamos confiantes de que o índice ficará dentro da tolerância de dois pontos porcentuais", disseram.

"Por isso, achamos que o Banco Central vai manter sua palavra de manter a Selic como está por 'um período suficientemente prolongado', com um provável corte de juros em meados do ano que vem", afirmaram. A taxa básica de juros está em 14,25%.

Os economistas da Roubini apostam que o Banco Central deverá continuar utilizando outros instrumentos (swaps cambiais e acordos de recompra) para que o mercado funcione bem, evitando ao máximo o aumento da taxa de juros.

"Elevar os custos de financiamento poderia agravar a recessão econômica e pesar sobre as contas públicas", avaliam. Os analistas também não descartam o uso das reservas cambiais, caso os outros instrumentos se mostrem incapazes de conter a depreciação do real.

Nem mesmo o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Fitch, anunciado na quinta-feira, 15, deverá motivar o Banco Central a elevar os juros na reunião da semana que vem, sustenta Ariel Rajnerman.

"O BC só subirá os juros se os dirigentes perceberem que o real se desvalorizou a tal ponto que as expectativas de inflação se mostrem inatingíveis, e nós não chegamos a esse ponto ainda", disse. A Fitch rebaixou o rating soberano do Brasil de BBB para BBB-, mantendo a perspectiva negativa.

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São Paulo - Uma vez que as expectativas de inflação para o ano que vem são de desaceleração, é improvável que o Banco Central mexa na taxa básica de juros nas reuniões restantes deste ano, com a próxima prevista para a semana que vem (dias 20 e 21).

A avaliação é dos economistas Ariel Rajnerman e Rachel Ziemba, da consultoria norte-americana Roubini, em relatório enviado a clientes. Para eles, o mais provável é que o primeiro movimento só seja realizado em meados de 2016, com redução da Selic.

A aposta em meados de 2016 se deve à crença dos analistas de que será neste período em que a desaceleração da inflação estará mais clara, no caminho para chegar ao fim do ano em um patamar inferior ao teto da meta do BC (6,5%).

A consultoria espera que o índice de preços ao consumidor alcance o nível de 5,5% no ano que vem, depois de atingir 9,5% em 2015.

A consultoria apoia sua expectativa de desaceleração dos preços em três fatores: perda de ritmo dos preços administrados; recessão econômica e aumento do desemprego, causando redução de salário e maior restrição ao crédito; e depreciação moderada do câmbio, tendo menor impacto nos produtos mais expostos ao dólar.

"Ninguém acredita que a inflação atingirá em 2016 o centro da meta do BC, de 4,5%, mas estamos confiantes de que o índice ficará dentro da tolerância de dois pontos porcentuais", disseram.

"Por isso, achamos que o Banco Central vai manter sua palavra de manter a Selic como está por 'um período suficientemente prolongado', com um provável corte de juros em meados do ano que vem", afirmaram. A taxa básica de juros está em 14,25%.

Os economistas da Roubini apostam que o Banco Central deverá continuar utilizando outros instrumentos (swaps cambiais e acordos de recompra) para que o mercado funcione bem, evitando ao máximo o aumento da taxa de juros.

"Elevar os custos de financiamento poderia agravar a recessão econômica e pesar sobre as contas públicas", avaliam. Os analistas também não descartam o uso das reservas cambiais, caso os outros instrumentos se mostrem incapazes de conter a depreciação do real.

Nem mesmo o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Fitch, anunciado na quinta-feira, 15, deverá motivar o Banco Central a elevar os juros na reunião da semana que vem, sustenta Ariel Rajnerman.

"O BC só subirá os juros se os dirigentes perceberem que o real se desvalorizou a tal ponto que as expectativas de inflação se mostrem inatingíveis, e nós não chegamos a esse ponto ainda", disse. A Fitch rebaixou o rating soberano do Brasil de BBB para BBB-, mantendo a perspectiva negativa.

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