Economia

CNI reduz de 1,6% para 1,3% projeção de expansão da economia este ano

Consumo das famílias aumentará 1,9% e a taxa de desemprego continuará alta, fechando o ano com média de 12,2% da população economicamente ativa

Confederação Nacional da Indústria reduziu a projeção para o crescimento da economia este ano (Mario Tama/Getty Images)

Confederação Nacional da Indústria reduziu a projeção para o crescimento da economia este ano (Mario Tama/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 11 de outubro de 2018 às 11h30.

Última atualização em 11 de outubro de 2018 às 11h33.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu a projeção para o crescimento da economia este ano. Segundo o Informe Conjuntural do terceiro trimestre, divulgado hoje (11), em Brasília, a previsão passou 1,6% estimado em junho para 1,3%. Em abril, a estimativa era 2,6%.

A estimativa da CNI é que o PIB (Produto Interno Bruto - soma de todas as riquezas produzidas no país) industrial tenha expansão de 1,3%, inferior a 1,8% previsto em junho.

O consumo das famílias aumentará 1,9% e a taxa de desemprego continuará alta, fechando o ano com média anual de 12,2% da população economicamente ativa. As novas previsões indicam que os investimentos aumentarão 2,2%.

O Informe Conjuntural lembra que as incertezas em relação ao resultado das eleições e ao programa econômico do novo governo reduziram ainda mais o fraco ritmo de crescimento da economia e da indústria no terceiro trimestre.

Para a CNI, o ajuste das contas públicas é o principal desafio do próximo governo. "É inexorável um ajuste que reponha a trajetória das contas públicas na linha da responsabilidade fiscal", diz o Informe Conjuntural.

Dívida pública

Este ano, a CNI estima que a dívida pública alcançará 77,1% do PIB. O déficit primário, mesmo com as sucessivas quedas registradas até agosto, fechará o ano em 1,9% do PIB, mostrando que as despesas do governo são superiores às receitas.

"Em 2018, completaremos o quinto ano seguido de déficits primários expressivos, o que levou ao aumento de 25 pontos percentuais na relação da dívida pública/PIB. Esse quadro precisa ser revertido", adverte o estudo.

Na avaliação da indústria, o próximo governo deve manter a Emenda Constitucional 95, que estabelece limites para o crescimento do gasto público. A CNI lembra ainda que o cumprimento dos limites dos gastos depende de reformas em tramitação no Congresso Nacional.

"É, portanto, possível avançar nessas discussões com sucesso, aprovando a reforma da Previdência e os projetos que tratam da remuneração dos servidores públicos. Ambos são cruciais para reduzir o ritmo de expansão das despesas primárias", destaca o Informe Conjuntural.

Para a CNI, se o novo governo fizer as reformas necessárias a um ajuste fiscal de longo prazo que elimine o déficit e reverta a trajetória de crescimento da dívida pública, o Brasil poderá superar a crise e crescer até 3% no próximo ano.

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