Economia

CNI elogia decisão do Copom; Força Sindical vê 'miopia'

Brasília e São Paulo - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou como "positiva" a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros, a taxa Selic, em 8,75% ao ano. Segundo nota divulgada hoje, a manutenção da taxa Selic "vai garantir a retomada dos investimentos". "O […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.

Brasília e São Paulo - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou como "positiva" a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros, a taxa Selic, em 8,75% ao ano. Segundo nota divulgada hoje, a manutenção da taxa Selic "vai garantir a retomada dos investimentos". "O cenário de juros estáveis é importante para voltarmos ao nível de investimento anterior à crise", disse o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, para quem a expansão da produção, das empresas e da infraestrutura "é indispensável para o crescimento sustentável do País".

Monteiro Neto ainda lembrou, de acordo com a nota, que outra razão para o "acerto da manutenção dos juros é a de não haver, no momento, motivos para a preocupação com uma alta da inflação". "O aumento da demanda interna está sendo plenamente atendido pela produção doméstica ou pelas importações, sem causar pressões sobre os preços", disse, destacando ainda que a utilização da capacidade instalada está crescendo gradualmente. Ele acrescentou ainda que o indicador de capacidade instalada está "longe do patamar pré-crise e o processo de deflação dos produtos industriais é suficiente para cobrir eventuais pressões oriundas de outros setores. Há, portanto, espaço para estimular a produção".

Conservador

Já a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) divulgou nota afirmando que a decisão do BC de manter a taxa em 8,75% é conservadora. "A economia mostra sinais claros de recuperação, mas ao mesmo tempo não há nenhum indício de excesso de demanda ou estrangulamento na capacidade de oferta", avaliou a entidade.

"A entidade não vê motivos para elevação de juros nem mesmo para a expectativa de mercado de elevação futura das atuais taxas. Ao contrário, acreditamos que o País precisa manter o compromisso com o desenvolvimento, emprego e geração de renda, com a redução dos gastos públicos e com taxas mais ousadas dos juros, tanto para a Selic quanto para o consumidor final", afirma na nota Abram Szajman, presidente da Fecomercio-SP.

Para a Fecomercio, os índices de inflação devem convergir para o centro da meta (4,5%) neste ano. A Federação observa que a recuperação do volume de produção industrial e a confiança do consumidor contribuem para o aquecimento do consumo, "mas não geraram um choque de demanda incontrolável".

"Miopia"

O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, classificou como "miopia econômica" a decisão do Copom. Para Paulinho, a manutenção dos juros neste nível contraria projetos de estímulo à retomada do crescimento econômico.

"Enquanto todos os indicadores sinalizam para o crescimento econômico, inflação sob controle e queda no índice de desemprego, o Copom insiste em impor um forte obstáculo ao desenvolvimento", afirmou Paulinho, em nota. "É uma atitude nefasta para o setor produtivo e totalmente insensível para com os consumidores do mercado interno."

 

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