Economia

Ciclo de aumento dos juros pode ter terminado, segundo a Tendências

Altas pontuais de preços, acomodação do ritmo da indústria e expectativas convergentes de inflação reforçam a avaliação de que o Copom não elevará mais os juros, conforme a consultoria

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h43.

O aumento da taxa básica de juros (Selic) para 17,75%, determinado na quarta-feira (15/12), pode ter sido o último do ciclo de altas iniciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em setembro. A ausência de pressões generalizadas sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a desaceleração da indústria e os fortes investimentos em Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) indicam um quadro mais favorável para a convergência da inflação para a meta de 5,1% lançada para o próximo ano, conforme a Tendências Consultoria.

Segundo a consultoria, as recentes pressões sobre o núcleo do IPCA índice que baliza as metas do governo - são temporárias e pontuais. Além disso, a possibilidade de ocorrência uma inflação por demanda é remota, já que existe capacidade ociosa em diversos setores de bens de consumo duráveis, semi e não duráveis, como o automotivo. O aumento dos investimentos na expansão das plantas fabris e as maiores importações também devem compensar eventuais aumentos de demanda, conforme a Tendências.

Outro razão para se supor que o ciclo de altas da Selic terminou é a desaceleração dos indicadores de atividade econômica. Os dados do desempenho do comércio e da indústria mostram que, desde setembro, o ritmo de expansão vem desacelerando.

Para a Tendências, o Copom baseia-se em duas variáveis para decidir os reajustes da taxa de juros. A primeira é o desvio da expectativa de inflação, apurada no mercado, em relação às metas. A segunda é a diferença entre o ritmo de produção industrial e o Produto Interno Bruto (PIB) potencial. Para a consultoria, ambas indicam convergência, nos próximos meses, para as metas do governo.

No cenário traçado pela consultoria para 2005, a produção industrial crescerá 3,5%, e o IPCA atingirá 5,3%. Assim, "a taxa ficaria inalterada em 17,75% por alguns meses e começaria a recuar a partir de maio, alcançando um patamar de 15% em dezembro", diz o relatório da Tendências. Caso esse cenário se confirme, a mania de queixar-se sobre a taxa de juros, que surgiu no Brasil, pode deixar de existir.

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