China tem crédito desacelerado em maio e expectativa de cortes nos juros
De acordo com estatísticas divulgadas pelo Banco Popular da China, os novos empréstimos denominados em iuanes despencaram 26% no mês passado
Agência
Publicado em 14 de junho de 2023 às 16h41.
Última atualização em 14 de junho de 2023 às 17h01.
O crescimento do crédito na China apresentou um ritmo mais lento em maio em comparação com o ano anterior, devido à queda nos empréstimos denominados em iuanes e à desaceleração do crescimento da oferta monetária ampla. Como resultado, o banco central do país anunciou ontem cortes nas taxas de juro, e especialistas econômicos afirmam que mais reduções estão por vir.
De acordo com estatísticas divulgadas pelo Banco Popular da China, os novos empréstimos denominados em iuanes despencaram 26% no mês passado em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 1,4 trilhão de iuanes (equivalente a US$ 195,5 bilhões). Enquanto isso, o M2, uma medida ampla da oferta monetária que inclui o dinheiro em circulação e todos os depósitos, registrou um aumento de 11,6% em relação ao ano anterior, totalizando 282,1 trilhões de iuanes (equivalente a US$ 39,4 trilhões). A cifra apresenta uma desaceleração em relação ao aumento de 12,4% registrado em abril.
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Por outro lado, o M1, que representa uma estimativa do dinheiro em espécie e depósitos em contas correntes, teve um aumento de 4,7%, totalizando 67,5 trilhões de iuanes (equivalente a US$ 9,4 trilhões), o que representa uma queda de 0,6 ponto percentual em relação ao crescimento registrado em abril.
Wen Bin, economista-chefe do Banco Minsheng da China, afirmou que a desaceleração no crescimento do M2 em maio se deve principalmente à base de comparação elevada do ano anterior e à redução na emissão de crédito no último mês. No entanto, ele acrescentou que o crescimento do M2 continuará a cair, porém de forma gradual.
Demanda em baixa
Especialistas apontam que a queda nos empréstimos de crédito no mês passado pode ser atribuída a fatores sazonais e estruturais, mas também reflete uma demanda insuficiente na economia real por financiamento. Ming Ming, economista-chefe do Instituto de Pesquisa da Citic Securities, ressaltou a necessidade de impulsionar a demanda na economia real.
Em resposta a essa situação, o Banco Popular da China anunciou uma redução da taxa de recompra reversa de sete dias para 1,9% a partir de 2%, representando o primeiro corte em dez meses. Além disso, houve uma revisão para baixo das taxas de juro das instalações de empréstimo de prazo overnight, de sete dias e de um mês, que são ferramentas de ajuste de liquidez, com uma redução de 10 pontos-base cada, para 2,75%, 2,9% e 3,25%, respectivamente. Essas medidas visam impulsionar os dados financeiros, como o crescimento do crédito, e promover a recuperação nos próximos meses.
Olhando para o segundo semestre, é provável que haja mais cortes na taxa de reserva obrigatória e nas taxas de juro, afirmou Zhong Zhengsheng, economista-chefe da Ping An Securities, em sua conta no WeChat.
Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Yicai Global