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China supera expectativas no 1º trimestre, mas não anima investidores

Analistas estão prevendo um crescimento anual de 5% para a segunda maior economia do mundo

Demanda mais fraca preocupa autoridades chinesas; investimento é liderado por estatais (Divulgação / Getty Images)
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 16 de abril de 2024 às 07h59.

A China divulgou nesta terça-feira, 16, um crescimento econômico mais robusto do que o esperado para o primeiro trimestre do ano. O PIB cresceu 5,3% no período, ligeiramente melhor do que no trimestre anterior e superando as estimativas.

Segundo a Bloomberg, alguns sinais, porém, ligaram o alerta nos investidores, como queda nas vendas do varejo e produção industrial aquém das expectativas.

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A segunda maior economia do mundo tem lutado para encontrar uma fórmula que ajude em seu crescimento sustentável desde a pandemia. Pequim vem investindo no desenvolvimento tecnológico, incluindo aí carros elétricos. Porém, uma crise imobiliária prolongada está pesando sobre a confiança, com os preços em declínio há mais de um ano. Ou seja, uma demanda doméstica anêmica atingida por uma deflação persistente.

No pregão desta terça, o yuan reduziu as perdas anteriores, sendo negociado 0,2% mais fraco depois que o Banco Popular da China afrouxou seu controle sobre a moeda. O rendimento dos títulos públicos de 10 anos pouco se alterou, ficando em 2,28%.

Economistas ouvidos pela Bloomberg elevaram suas previsões para o crescimento anual da China para 5% depois que o National Bureau of Statistics divulgou os dados, alinhando esses números com a meta anual do governo.

Ainda assim, alguns números chamam a atenção. A produção de cimento caiu 22% em março, a maior queda desde que os registros começaram a ser feitos em 1995, destacando a crise no setor imobiliário. Por outro lado, a produção de circuitos integrados e de veículos elétricos - considerados os principais impulsionadores da nova economia da China - mantiveram um rápido crescimento, em um ritmo de cerca de 30%.

Já queda no crescimento dos gastos com restaurantes e a diminuição das vendas de automóveis mostram que a demanda do consumidor continua fraca, em contraste com o forte investimento, liderado pelas empresas estatais. A elevada taxa de poupança da China é outro sinal de cautela das famílias.

As dúvidas permanecem sobre o vigor do crescimento chinês e as elevadas taxas de juros nos EUA em razão das tensões no Oriente Médio. Juros mais altos nos EUA tendem a chamar mais investidores a investimentos com risco quase zero, como títulos do governo americano. Em contrapartida, o apetite por outros mercados esfria. E o crescimento no mundo também cai.

Alguns mercados na Ásia já estão sentindo isso, com o won da Coreia do Sul e a rupia da Indonésia enfraquecendo-se para cotações mínimas de vários anos.

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