China nega que abertura econômica mira disputa comercial com EUA
O país negou que o presidente tenha feito concessões aos americanos quando anunciou planos de reduzir tarifas sobre importações de carros e outros produtos
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de abril de 2018 às 06h41.
Pequim - O governo da China negou hoje que a recente promessa do presidente Xi Jinping de abrir ainda mais o mercado chinês tivesse como objetivo resolver a atual disputa comercial com Washington e ressaltou que é impossível negociar "sob coerção unilateral" dos EUA.
Um porta-voz do Ministério de Comércio chinês, Gao Feng, alegou que o governo americano não tem "mostrado sinceridade", segundo a agência de notícias oficial Xinhua. Gao disse ainda que China e EUA ainda não deram início a negociações.
Gao reiterou queixas de que o presidente dos EUA, Donald Trump, agiu de forma inapropriada ao responder ao protesto de Pequim por seu plano de aplicar tarifas a US$ 50 bilhões em produtos chineses com uma ameaça de que poderia adicionar outros US$ 100 bilhões de importações à lista.
"Sob coerção unilateral, é impossível para o lado chinês conduzir quaisquer negociações", disse Gao, de acordo com relato da Xinhua.
Trump recentemente anunciou planos de tarifar US$ 50 bilhões em bens chineses, em protesto à suposta prática de Pequim de pressionar empresas americanas a transferir tecnologia a parceiras de joint ventures na China. Em retaliação, o governo chinês também ameaçou impor tarifas a US$ 50 bilhões em produtos americanos se Washington for adiante com seu plano.
Gao negou que o presidente Xi tenha feito concessões a Washington quando anunciou, na última terça-feira (10), planos de reduzir tarifas sobre importações de carros, relaxar restrições a capital estrangeiro na indústria automotiva chinesa e adotar outras medidas de abertura. Xi falou durante discurso em um fórum de líderes políticos e empresariais.
Na ocasião, a fala de Xi impulsionou as bolsas globais ao alimentar esperanças de que Pequim e Washington superem suas desavenças comerciais por meio do diálogo.
"As medidas de maior abertura anunciadas pela China...não têm nada a ver com os atritos entre chineses e americanos", afirmou Gao. Fonte: Associated Press.