Campos Neto defende que nome de seu sucessor seja conhecido entre setembro e outubro deste ano
Campos Neto disse que ficou cerca de um mês com seu antecessor, Ilan Goldfajn, na transição
Agência de notícias
Publicado em 10 de abril de 2024 às 17h50.
Última atualização em 10 de abril de 2024 às 18h48.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto , defendeu nesta quarta-feira, em entrevista à GloboNews, que o nome de seu substituto seja indicado entre setembro e outubro deste ano. Segundo ele, a ideia é que seu sucessor seja sabatinado pelo Congresso antes do recesso e que a transição seja “suave”.
"É importante que o governo tenha um nome o quanto antes. Não posso ficar na presidência do Banco Central depois de 31 de outubro", afirmou.
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Campos Neto disse que ficou cerca de um mês com seu antecessor, Ilan Goldfajn, na transição. Com isso, sentiu-se preparado para assumir o cargo e participar de sua primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
"Quero a transição da forma mais suave possível", salientou.
Impacto dos juros
Perguntado se haverá impacto dos juros e inflação altos na economia americana na próxima reunião do Copom (o mercado espera mais uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa de juro), Campos Neto disse que ainda é cedo para fazer qualquer projeção. Ele enfatizou que não necessariamente o Brasil seria afetado pelo que acontece nos Estados Unidos.
"Não existe uma relação mecânica. Não é porque aconteceu nos EUA que vai acontecer no Brasil", explicou.
De acordo com o presidente do BC, se os juros nos EUA permanecerem altos por um período longo, o país captará liquidez por mais tempo, tomando espaço das nações emergentes. Porém, ressaltou que há notícias boas no Brasil e citou como exemplo a desaceleração do IPCA para 0,16% em março.
Disse que mantém boas relações com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad , com quem conversa com frequência, e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem já se reuniu "algumas vezes". Colocou-se à disposição de Lula para conversar sobre vários assuntos, incluindo a proposta de autonomia do Banco Central que está no Congresso.
"Estou à disposição para conversar sempre, seja em churrasco, seja em almoço, seja em jantar", afirmou, ao ser lembrado que um dos encontros com Lula foi em um churrasco.
Afirmou que apenas uma pequena parte dos servidores do BC, a maioria aposentados, é contra a autonomia da autoridade monetária. Disse que tem conversado com os funcionários sobre o assunto e o objetivo da medida é melhorar a instituição.