Brics: países devem continuar com desdolarização da economia
O chamado Fórum Acadêmico dos BRICS incluiu essa recomendação em documento que apresentará aos chefes de Estado na cúpula de julho em Fortaleza
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2014 às 18h41.
Rio de Janeiro - Os países que integram o fórum BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) têm que prosseguir com seus esforços para " desdolarizar " a economia mundial como forma de reduzir sua vulnerabilidade internacional, concordaram nesta quarta-feira acadêmicos das cinco nações em reunião no Rio de Janeiro.
O chamado Fórum Acadêmico dos BRICS, que é integrado por instituições de pesquisa dos cinco países, incluiu essa recomendação em um documento que apresentará aos chefes de Estado na cúpula de julho na cidade brasileira de Fortaleza.
Segundo os acadêmicos, estes países já iniciaram um processo para "desdolarizar" suas economias mediante acordos bilaterais e com os projetos de criação de um banco comum de desenvolvimento e um fundo de estabilização da economia mundial, impulsionados há dois anos na cúpula do BRICS em Nova Délhi.
"Além de prosseguir com esses projetos, os países do BRICS têm que impulsionar outras iniciativas, como a possibilidade de manter suas reservas nas moedas dos cinco países ao invés de dólares ou euros", afirmou o deputado russo Viacheslav Nikonov, presidente do Comitê de Educação da Duma e chefe da delegação de seu país, em entrevista coletiva.
"Trata-se de uma ideia que facilita e reduz os custos dos intercâmbios, mas que também está relacionada com a segurança, já que, com a "desdolarização", são evitadas pressões políticas e econômicas", acrescentou o parlamentar do partido governante Rússia Unida.
O diretor internacional do Instituto Nacional de Pesquisa Econômica (Ipea) do Brasil, Renato Baunamm, assegurou que o processo de redução do uso do dólar nas relações entre os BRICS começou há algum tempo e tende a se aprofundar.
"Trata-se de uma tendência natural no âmbito dos BRICS, que alcançará uma maior relevância quando começar a operar o banco de desenvolvimento comum e quando for adotado um mecanismo para acumular reservas nas moedas próprias", assegurou o chefe da delegação brasileira.
Baunamm afirmou que, assim como com a Argentina, o Brasil tem um acordo com a China para promover intercâmbios econômicos em reais e iuanes ainda não consolidado, e que o ideal é que o estenda aos outros três países.
"É importante para os BRICS comercializar sem se referir ao dólar. Rússia e China já têm uma grande porcentagem de sua troca negociada em rublos e iuanes. É um método que facilita e reduz o custo das transações", assegurou Nikonov.
Os documentos elaborados pelo Fórum Acadêmico dos BRICS em sua sexta reunião, que serão discutidos na Cúpula de Fortaleza, traçam estratégias a longo prazo e projetos de cooperação em cinco áreas: economia, paz e segurança, justiça social, governança política e econômica, e tecnologias e inovação.
"Nos documentos identificamos os problemas comuns e o que podemos fazer para solucioná-los mediante a cooperação. Trabalhamos nesses cinco pilares e analisamos as ações que nossos líderes podem impulsionar em cada um", disse Zhou Yugun, chefe da delegação chinesa.
"Apesar dos cinco países terem níveis de desenvolvimento diferentes, os desafios que enfrentamos são comuns. Por isso necessitamos cooperar para superá-lo", acrescentou o membro do Centro Chinês para Estudos sobre o Mundo Contemporâneo.
Os países BRICS agrupam, segundo seus membros, ao 43 % da população global e em torno de 25% da riqueza do mundo.
Rio de Janeiro - Os países que integram o fórum BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) têm que prosseguir com seus esforços para " desdolarizar " a economia mundial como forma de reduzir sua vulnerabilidade internacional, concordaram nesta quarta-feira acadêmicos das cinco nações em reunião no Rio de Janeiro.
O chamado Fórum Acadêmico dos BRICS, que é integrado por instituições de pesquisa dos cinco países, incluiu essa recomendação em um documento que apresentará aos chefes de Estado na cúpula de julho na cidade brasileira de Fortaleza.
Segundo os acadêmicos, estes países já iniciaram um processo para "desdolarizar" suas economias mediante acordos bilaterais e com os projetos de criação de um banco comum de desenvolvimento e um fundo de estabilização da economia mundial, impulsionados há dois anos na cúpula do BRICS em Nova Délhi.
"Além de prosseguir com esses projetos, os países do BRICS têm que impulsionar outras iniciativas, como a possibilidade de manter suas reservas nas moedas dos cinco países ao invés de dólares ou euros", afirmou o deputado russo Viacheslav Nikonov, presidente do Comitê de Educação da Duma e chefe da delegação de seu país, em entrevista coletiva.
"Trata-se de uma ideia que facilita e reduz os custos dos intercâmbios, mas que também está relacionada com a segurança, já que, com a "desdolarização", são evitadas pressões políticas e econômicas", acrescentou o parlamentar do partido governante Rússia Unida.
O diretor internacional do Instituto Nacional de Pesquisa Econômica (Ipea) do Brasil, Renato Baunamm, assegurou que o processo de redução do uso do dólar nas relações entre os BRICS começou há algum tempo e tende a se aprofundar.
"Trata-se de uma tendência natural no âmbito dos BRICS, que alcançará uma maior relevância quando começar a operar o banco de desenvolvimento comum e quando for adotado um mecanismo para acumular reservas nas moedas próprias", assegurou o chefe da delegação brasileira.
Baunamm afirmou que, assim como com a Argentina, o Brasil tem um acordo com a China para promover intercâmbios econômicos em reais e iuanes ainda não consolidado, e que o ideal é que o estenda aos outros três países.
"É importante para os BRICS comercializar sem se referir ao dólar. Rússia e China já têm uma grande porcentagem de sua troca negociada em rublos e iuanes. É um método que facilita e reduz o custo das transações", assegurou Nikonov.
Os documentos elaborados pelo Fórum Acadêmico dos BRICS em sua sexta reunião, que serão discutidos na Cúpula de Fortaleza, traçam estratégias a longo prazo e projetos de cooperação em cinco áreas: economia, paz e segurança, justiça social, governança política e econômica, e tecnologias e inovação.
"Nos documentos identificamos os problemas comuns e o que podemos fazer para solucioná-los mediante a cooperação. Trabalhamos nesses cinco pilares e analisamos as ações que nossos líderes podem impulsionar em cada um", disse Zhou Yugun, chefe da delegação chinesa.
"Apesar dos cinco países terem níveis de desenvolvimento diferentes, os desafios que enfrentamos são comuns. Por isso necessitamos cooperar para superá-lo", acrescentou o membro do Centro Chinês para Estudos sobre o Mundo Contemporâneo.
Os países BRICS agrupam, segundo seus membros, ao 43 % da população global e em torno de 25% da riqueza do mundo.