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Brasil tem déficit primário de R$ 6,9 bi, o pior do ano

Resultado do mês veio praticamente em linha com as projeções de analistas, cuja mediana apontava para saldo negativo de 7 bilhões de reais

Notas de real: resultado do mês veio praticamente em linha com as projeções de analistas, cuja mediana apontava para saldo negativo de 7 bilhões de reais (Stock.xchng/ Afonso Lima)
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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2015 às 11h49.

Brasília - O setor público brasileiro teve déficit primário de 6,9 bilhões de reais em maio, o pior resultado do ano e puxado pelo fraco desempenho do governo central, ressaltando os desafios na busca pelo reequilíbrio fiscal num momento de debilidade na economia e na arrecadação.

Em 12 meses, o rombo ficou em 0,68 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), um pouco melhor que o déficit recorde de 0,76 por cento nos 12 meses encerrados em abril, informou o Banco Central nesta terça-feira. Os resultados indicam que a meta fixada para este ano ainda está bem longe, de 66,3 bilhões de reais, equivalente a 1,1 por cento do PIB.

No mês, a economia para pagamento de juros da dívida veio praticamente em linha que o saldo negativo de 7 bilhões de reais esperado por analistas, segundo pesquisa da Reuters, e melhor ao déficit de 11,046 bilhões de reais de maio de 2014.

A linha voltou ao vermelho no mês passado após o registro de superávits em abril e março, e foi arrastada sobretudo pelo saldo negativo de 8,869 bilhões de reais nas contas do governo central (governo federal, BC e Previdência), abaladas pela baixa arrecadação e elevados gastos com a previdência.

A economia fraca e inflação elevada desenham um cenário sombrio para o país, atingindo em cheio a confiança dos consumidores e dos agentes econômicos. Diante disso, a arrecadação tem sofrido, registrando em maio o pior resultado para o mês em cinco anos.

O BC informou também que os governos regionais (Estados e municípios) registraram superávit primário de 2,041 bilhões de reais em maio, enquanto as empresas estatais tiveram déficit de 72 milhões de reais no período.

No acumulado do ano até maio, o superávit primário total chegou a 25,547 bilhões de reais, menor que os 31,481 bilhões de reais de igual etapa de 2014.

Diante do mau desempenho, muitos analistas já esperam redução na meta de primário deste ano, mesmo após o contigenciamento no orçamento de 70 bilhões de reais, elevação de impostos e adoção de medidas para moderar benefícios trabalhistas e previdênciários.

Impacto do câmbio

O BC informou ainda que, em maio, o gasto com juros nominais chegou a 52,877 bilhões de reais em maio, diretamente afetado pela despesa de 22,065 bilhões de reais com as operações de swap cambial --equivalente à venda futura de dólares-- diante da desvalorização do real no período, contribuindo para o déficit nominal de 59,777 bilhões de reais no mês.

Já a dívida pública bruta representou 62,5 por cento do PIB em maio, contra expectativa do próprio BC de que atingisse 61,9 por cento no período.

A dívida líquida, por sua vez, ficou em 33,6 por cento do PIB, indo ao exato encontro da projeção do BC para o mês.

Texto atualizado às 11h49

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Brasília - O setor público brasileiro teve déficit primário de 6,9 bilhões de reais em maio, o pior resultado do ano e puxado pelo fraco desempenho do governo central, ressaltando os desafios na busca pelo reequilíbrio fiscal num momento de debilidade na economia e na arrecadação.

Em 12 meses, o rombo ficou em 0,68 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), um pouco melhor que o déficit recorde de 0,76 por cento nos 12 meses encerrados em abril, informou o Banco Central nesta terça-feira. Os resultados indicam que a meta fixada para este ano ainda está bem longe, de 66,3 bilhões de reais, equivalente a 1,1 por cento do PIB.

No mês, a economia para pagamento de juros da dívida veio praticamente em linha que o saldo negativo de 7 bilhões de reais esperado por analistas, segundo pesquisa da Reuters, e melhor ao déficit de 11,046 bilhões de reais de maio de 2014.

A linha voltou ao vermelho no mês passado após o registro de superávits em abril e março, e foi arrastada sobretudo pelo saldo negativo de 8,869 bilhões de reais nas contas do governo central (governo federal, BC e Previdência), abaladas pela baixa arrecadação e elevados gastos com a previdência.

A economia fraca e inflação elevada desenham um cenário sombrio para o país, atingindo em cheio a confiança dos consumidores e dos agentes econômicos. Diante disso, a arrecadação tem sofrido, registrando em maio o pior resultado para o mês em cinco anos.

O BC informou também que os governos regionais (Estados e municípios) registraram superávit primário de 2,041 bilhões de reais em maio, enquanto as empresas estatais tiveram déficit de 72 milhões de reais no período.

No acumulado do ano até maio, o superávit primário total chegou a 25,547 bilhões de reais, menor que os 31,481 bilhões de reais de igual etapa de 2014.

Diante do mau desempenho, muitos analistas já esperam redução na meta de primário deste ano, mesmo após o contigenciamento no orçamento de 70 bilhões de reais, elevação de impostos e adoção de medidas para moderar benefícios trabalhistas e previdênciários.

Impacto do câmbio

O BC informou ainda que, em maio, o gasto com juros nominais chegou a 52,877 bilhões de reais em maio, diretamente afetado pela despesa de 22,065 bilhões de reais com as operações de swap cambial --equivalente à venda futura de dólares-- diante da desvalorização do real no período, contribuindo para o déficit nominal de 59,777 bilhões de reais no mês.

Já a dívida pública bruta representou 62,5 por cento do PIB em maio, contra expectativa do próprio BC de que atingisse 61,9 por cento no período.

A dívida líquida, por sua vez, ficou em 33,6 por cento do PIB, indo ao exato encontro da projeção do BC para o mês.

Texto atualizado às 11h49

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