Economia

Risco Brasil: um longo caminho de volta

Nesta terça-feira, a agência de classificação de risco Moody’s realiza sua 18ª Conferência anual para a América Latina, em São Paulo, e a crise brasileira está no centro do debate, assim como a perda de brilho do continente. A Moody’s abre a conferência com uma palestra que fala sobre as baixas perspectivas de crédito para […]

CRISE: Brasil se distancia dos vizinhos latinos na atração de investimentos – e vai precisar de tempo para melhorar nos índices  /  (Mario Tama/Getty Images)

CRISE: Brasil se distancia dos vizinhos latinos na atração de investimentos – e vai precisar de tempo para melhorar nos índices / (Mario Tama/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2016 às 19h41.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h28.

Nesta terça-feira, a agência de classificação de risco Moody’s realiza sua 18ª Conferência anual para a América Latina, em São Paulo, e a crise brasileira está no centro do debate, assim como a perda de brilho do continente. A Moody’s abre a conferência com uma palestra que fala sobre as baixas perspectivas de crédito para a América Latina, e encerra questionando se a região está entrando numa era de baixas expectativas.

Atualmente, o Brasil é classificado como instável pela Moody’s. Em setembro de 2014, o país tinha nota Baa2, um grau de investimento médio, e, em fevereiro deste ano, desceu para Ba2, grau especulativo, de vulnerabilidade a mudanças econômicas. A agência espera que o país volte a crescer em 2017, mas com um tímido 0,5%. “Diante de uma recuperação incipiente, o lucro das empresas permanecerá fraco e o desemprego continuará a subir, levando a um aumento no número de empréstimos problemáticos”, aponta o relatório divulgado nesta segunda-feira. Melhora na avaliação, se tudo der certo, só em 2018.

Até lá, ainda podemos ter novas quedas na avaliação de risco. “As agências levam em consideração a capacidade do país de ser um bom pagador. Para reverter essa avaliação ruim, a aprovação de reformas é fundamental”, diz Caio Megale, analista do Itaú. “Medidas como o teto de gastos e a reforma na previdência, que demonstram preocupação com o equilíbrio das contas públicas, devem ajudar a retomar a confiança dos investidores”, afirma.

Enquanto o Brasil luta para sair da crise, praticamente todos os países da América Latina ou mantiveram ou melhoraram a avaliação de 2014 para cá. A Argentina, rebaixada em março de 2014, recuperou sua classificação histórica em abril de 2016, quatro meses após a posse do presidente Mauricio Macri. O Chile é o país mais bem classificado, com Aa3, grau alto de investimento, e Peru e México, também possuem boa avaliação. Vai levar tempo, e muito trabalho, para nos juntarmos a esse grupo.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Mais na Exame