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Brasil erra ao afrouxar a política fiscal, diz The Economist

Para a revista britânica, os bons resultados do ano passado deveriam incentivar o presidente Lula e sua equipe a economizar ainda mais para abater suas dívidas

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h45.

O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, terá muito trabalho se quiser repetir o bom desempenho da economia em 2004, segundo a revista britânica The Economist. Após obter uma taxa de crescimento de 5,2% a maior em dez anos e um superávit primário de 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB), também recorde, Palocci precisará convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que não é o momento de afrouxar a política fiscal (se você é assinante, leia também artigo exclusivo de EXAME, em que o economista José Alexandre Scheinkman analisa os gastos do Brasil).

A revista cita, como exemplo das recentes iniciativas de Lula que podem comprometer o equilíbrio das conta públicas neste ano, o aumento do salário mínimo, que passará para 300 reais a partir de maio. Outro motivo de preocupação é o acordo fechado com o Fundo Monetário Internacional para reduzir o superávit primário em troca de investimentos em projetos de infra-estrutura considerados prioritários. Estima-se que essas obras consumirão 1 bilhão de dólares por ano, até 2007.

"O Brasil precisa de um superávit primário maior e está indo para a direção errada", afirmou o economista Paulo Leme, do Goldman Sachs, à revista. Alguns sinais, porém, podem animar o mercado. Um deles foi a decisão do governo de cortar 16 bilhões de reais do orçamento aprovado pelo Congresso para este ano. Outro é o superávit primário de 5,5% do PIB em janeiro.

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