Brasil deve ultrapassar EUA como maior produtor de soja do mundo
País deve colher cerca de 123 milhões de toneladas na temporada 2019-20, superando a colheita de seu rival, estimada em 112,9 milhões
Ligia Tuon
Publicado em 13 de maio de 2019 às 12h08.
Última atualização em 13 de maio de 2019 às 12h11.
Mais uma vez, o Brasil está prestes a superar os Estados Unidos como o maior produtor de soja do mundo.
O Brasil, que já é o maior exportador da oleaginosa, deve colher cerca de 123 milhões de toneladas na temporada 2019-20, superando a colheita de seu rival, estimada em 112,9 milhões, segundo projeções do Departamento de Agricultura dos EUA divulgadas na sexta-feira.
Depois de uma safra recorde em 2018-19, a produção norte-americana deve cair na próxima temporada diante da guerra comercial do país com a China, o que afeta as exportações e leva os agricultores a reduzirem o plantio. Para o Brasil, o USDA prevê um aumento na área plantada. A safra brasileira só superou a produção norte-americana uma vez, na temporada 2017-18, segundo o USDA, que começou a monitorar os dados em 1963.
O Brasil ultrapassou os EUA como o maior exportador de soja na safra 2012-13. A diferença de embarques entre os dois países aumentou ainda mais no ano passado, quando importadores chineses recorreram à soja brasileira diante da escalada da disputa tarifária entre Donald Trump e a China.
O relatório do USDA também destaca que a produção argentina de soja em 2018-19 deve ficar em 56 milhões de toneladas, acima dos 55 milhões de toneladas da previsão do mês anterior. Para a safra seguinte, o USDA prevê 53 milhões de toneladas devido à expectativa de menor produtividade.
Para o Brasil, a estimativa para a produção de soja na temporada 2018-19 ficou inalterada em 117 milhões de toneladas. Já para as exportações, a projeção caiu para 78,5 milhões de toneladas em relação à estimativa anterior de 79,5 milhões de toneladas.
O relatório do USDA indica que a produção brasileira de milho na safra 18-19 deve somar 100 milhões de toneladas, comparados aos 96 milhões de toneladas estimados em abril. A estimativa para exportações do país foi elevada para 32 milhões de toneladas em relação aos 31 milhões de toneladas no relatório anterior.
No caso da Argentina, a projeção para a produção de milho subiu para 49 milhões de toneladas em 18-19, acima dos 47 milhões de toneladas da estimativa anterior. As exportações devem totalizar 31,5 milhões de toneladas, mais do que os 30,5 milhões de toneladas estimados em abril.
Em 2019-20, a produção brasileira de milho é estimada em 101 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina é projetada em 49 milhões.