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Bovespa cai pela quinta sessão; dólar tem patamar de setembro

Ibovespa ensaiou um repique, na cola de Wall Street, mas fechou em baixa de 0,69%, a 65.069 pontos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.

Novas medidas de contenção do crédito na China e resultados decepcionantes do setor bancário na Europa estenderam a realização de lucro na Bovespa, que emendou a quinta sessão seguida no vermelho.

Já o dólar subiu pela sétima sessão consecutiva nesta quarta-feira, impulsionado pela saída de investidores estrangeiros do país, e fechou no maior patamar desde o início de setembro, a R$ 1,859.

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O Ibovespa ainda ensaiou um repique nos minutos finais, na cola da virada momentânea de Wall Street, mas fechou em baixa de 0,69%, a 65.069 pontos. O giro financeiro do pregão totalizou R$ 6,13 bilhões.

A notícia de que o Banco Industrial e Comercial da China, maior do país, deixou de rolar alguns dos empréstimos, para desacelerar o crescimento do crédito, já indicava que os mercados acionários seguiriam para outra jornada de perdas.

"O que está assustando mais os investidores agora é medo de uma bolha na China", disse Hamilton Moreira, analista senior da BB Investimentos.

Empresas brasileiras que têm a China como um dos principais destinos de exportações, como as ligadas a metais, apareceram mais uma vez entre as líderes de perdas.

O papel preferencial da Vale encolheu 1,5%, a R$ 41,96, no dia em que a companhia anunciou um plano de pagar US$ 2,5 bilhões em dividendos em 2010 e também a compra dos ativos de fertilizantes da Bunge no Brasil por US$ 3,8 bilhões.

O setor de metais também teve como referência o índice Reuters-Jefferies de commodities, que caía quase 2%, para a mínima de sete semanas, após o dólar chegar a máxima de seis meses contra o euro, por preocupações fiscais em alguns países da zona do euro.

O segmento financeiro não teve melhor sorte, acompanhando a derrocada global com o BBVA, segundo maior banco da Espanha, tombando mais de 6 por cento, após reportar uma queda de 16,1% no lucro de 2009, devido ao impacto da crise global que o obrigou a elevar as provisões para perdas

Por aqui, Bradesco, que anuncia na quinta-feira seus resultados do quarto trimestre, foi a pior do ramo no Ibovespa, perdendo 2,2%, a R$ 31,23.

Dos EUA, os sinais foram desencontrados. As vendas de novas moradias caíram inesperadamente em dezembro, mostrando que a recuperação no setor imobiliário pode estar perdendo fôlego. Para piorar, o governo informou que as encomendas à indústria do país em novembro aumentaram menos do que o inicialmente divulgado por causa de um erro de processamento.

De outro, uma série de dados corporativos, com empresas divulgando resultados acima das expectativas, mas fazendo previsões desanimadoras para 2010. No final da tarde, após o Federal Reserve manter o juro do país perto do zero e informar que pretende manter esse nível por um bom tempo, os principais índices de Wall Street passaram a oscilar em torno do zero.

Dólar
A valorização da moeda norte-americana em janeiro, com 15 altas em 18 sessões, já supera 6,7. Nesta quarta-feira, a variação foi de 1,25.

Analistas apontam para o exterior ao justificar a retirada de investimentos do país. Entre os fatores externos que preocupam o mercado há dias estão a questão fiscal da Grécia, o aperto monetário na China e a proposta de Barack Obama para reformular o sistema financeiro.

A postura do presidente dos Estados Unidos em relação a Wall Street será melhor avaliada nesta noite, com o discurso no Congresso sobre o Estado da União. A ansiedade antes da fala de Obama manteve o clima ruim no mercado internacional, impedindo que o dólar desse uma trégua no movimento de alta como era esperado por parte do mercado.

Além disso, a diferença de rendimento entre os bônus da Grécia e da Alemanha atingiu o recorde desde a criação do euro, indicado uma maior cautela com o país mediterrâneo. A piora aconteceu após o governo grego negar que esteja vendendo 25 bilhões de euros em bônus à China para financiar sua dívida.

Ativos de risco, como ações e commodities exibiram forte queda. No Brasil, o principal índice da bolsa paulista recuava pelo quinto dia seguido, ainda pressionado pelas vendas de investidores estrangeiros.

De acordo com o gerente de câmbio de um banco nacional, que preferiu não ser identificado, o mercado comentava nesta sessão que um fundo de pensão estrangeiro realizou ajustes na moeda brasileira e na chilena - que, em linha com o real, despencou 2% frente ao dólar.

No mês, até o dia 22, os investidores não-residentes já acumulam em termos líquidos R$ 969 milhões em ações vendidas na BM&Bovespa. A saída de estrangeiros da bolsa ajudou a secar o superávit cambial do mês, que caiu a apenas 10 milhões de dólares na semana passada, segundo o Banco Central.

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