Economia

Boletim Focus: IPCA de 2021 sobe para 8,69%, acima do teto da meta

Esta é a 28ª alta consecutiva da inflação deste ano. Há um mês, estava em 8,35%

PIB: O Itaú Unibanco elevou sua projeção para o PIB do Brasil em 2022 de 1,6% para 2% (Paulo Whitaker/Reuters)

PIB: O Itaú Unibanco elevou sua projeção para o PIB do Brasil em 2022 de 1,6% para 2% (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de outubro de 2021 às 09h37.

Última atualização em 18 de outubro de 2021 às 09h39.

A projeção do mercado financeiro para a inflação em 2021 se distanciou ainda mais do teto da meta (5,25%) perseguida pelo Banco Central (BC), conforme o Relatório de Mercado Focus. A expectativa subiu de 8,59% para 8,69%, a 28ª alta consecutiva. Há um mês, estava em 8,35%. A projeção para o índice em 2022 também continuou subindo, de 4,17% para 4,18%, 13º aumento seguido. Quatro semanas atrás, estava em 4,10%.

Considerando apenas as 58 respostas nos últimos cinco dias úteis a projeção para o IPCA de 2021 passou de 8,71% para 8,79%. Para 2022, também foram feitas 58 atualizações nos últimos cinco dias com a estimativa variando de 4,17% para 4,22%.

O relatório Focus trouxe ainda nesta segunda-feira a expectativa para o IPCA em 2023, que seguiu em 3,25%. No caso de 2024, a previsão permaneceu em 3,00%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,25% e 3,00%, respectivamente.

A projeção dos economistas para a inflação segue bem acima do teto da meta de 2021, de 5,25%. O centro da meta para o ano é de 3,75%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é de inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%). Já para 2024 a meta é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto (de 1,5% para 4,5%).

PIB

O Relatório de Mercado Focus mostrou redução na previsão para a mediana para Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 de 5,04% para 5,01%. Há quatro semanas, estava em 5,04%. Para 2022, a previsão de expansão do PIB passou de 1,54% para 1,50%. Quatro semanas atrás, estava em 1,63%.

Considerando apenas as 35 respostas nos últimos cinco dias úteis a estimativa para o PIB no fim de 2021 passou de 5,01% para 5 00%. Para 2022, foram feitas 35 atualizações nos últimos cinco dias, com a estimativa passando de 1,49% para 1,40%.

Para 2023, a projeção de crescimento cedeu de 2,20% para 2,10, de 2,30% há um mês. Já para 2024, a estimativa passou de 2,46% para 2,50%, ante 2,50% de quatro semanas atrás.

O Banco Central deixou de publicar, no documento do Focus, as projeções para a produção industrial, devido à pouca quantidade de respostas para esse indicador.

O Relatório Focus também mostrou que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2021 passou de 60,90% para 60,60%. Há um mês, estava em 61,00%. Para 2022, a expectativa passou de 62,80% para 63,00%, ante 62,97% de um mês atrás.

O relatório trouxe ainda manutenção na relação entre o déficit primário e o PIB este ano, em 1,40%. No caso de 2022, a estimativa foi mantida em 1,00%. Há um mês, os porcentuais estavam em 1,50% e 1,00%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2021 passou de 5,70% para 5,68%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2022, variou de 6,35% para 6,69%. Há quatro semanas, essas relações estavam em 6,10% e 6,40%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Balança comercial

Os economistas do mercado financeiro elevaram a projeção para a balança comercial em 2021 na pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, de superávit comercial de US$ 70,00 bilhões para US$ 70 25 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 70,70 bilhões. Para 2022, a estimativa de superávit subiu de US$ 63,00 bilhões para US$ 63,65 bilhões, de US$ 63 bilhões há um mês.

Recentemente, o governo diminuiu a estimativa para o saldo comercial em 2021 de US$ 105,3 bilhões para US$ 70,9 bilhões. Ainda assim, o número permanece 34,3% superior ao de 2020.

No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2021 piorou, de déficit de US$ 3,00 bilhões para US$ 4,85 bilhões, ante US$ 2,00 bilhões de um mês antes. Para 2022, a projeção de rombo nas contas externas passou de US$ 19,50 bilhões para US$ 20,80 bilhões. Um mês atrás, o déficit projetado era de US$ 16,50 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2021, porém, caiu de US$ 51,00 bilhões para US$ 50 00 bilhões, mesmo valor de um mês antes. Para 2022, a expectativa passou de US$ 60,50 bilhões para US$ 60,25 bilhões, ante US$ 65,00 bilhões de um mês antes.

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