Economia

BCE diz estar pronto para agir se inflação baixa durar muito

BCE manteve sua principal taxa de juros na mínima recorde de 0,25 por cento e a taxa de depósitos bancários em zero


	O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi: "Vamos monitorar bem de perto os acontecimentos e avaliaremos todos os instrumentos disponíveis a nós"
 (Francois Lenoir/Reuters)

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi: "Vamos monitorar bem de perto os acontecimentos e avaliaremos todos os instrumentos disponíveis a nós" (Francois Lenoir/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2014 às 12h42.

Frankfurt - O Banco Central Europeu (BCE) está pronto para usar qualquer coisa dentro de seu leque de ferramentas de políticas monetárias se a inflação permanecer muito baixa por tempos demais, apesar de deixar as taxas de juros inalteradas nesta quinta-feira, disse o presidente do BCE, Mario Draghi.

O BCE manteve sua principal taxa de juros na mínima recorde de 0,25 por cento e a taxa de depósitos bancários em zero, contando com que a recuperação da zona do euro ganhe força sem ajuda.

Draghi disse em entrevista à imprensa que ele e seus colegas esperam um período prolongado de inflação baixa e que caso isso se arraste por muito tempo, medidas serão tomadas.

Isso marca uma mudança significativa de tom em relação ao mês passado, quando ele aparentemente definiu um limiar bem alto para agir.

"Vamos monitorar bem de perto os acontecimentos e avaliaremos todos os instrumentos disponíveis a nós", disse Draghi. "Estamos firmes em nossa determinação de manter um alto grau de expansão monetária e de agir rapidamente se necessário".

"O Conselho é unânime em seu compromisso de usar também instrumentos não convencionais dentro de seu mandato para lidar de maneira eficiente com os riscos de um período muito prolongado de inflação baixa." Ele acrescentou que a impressão de dinheiro --"quantitative easing" (programa de compra de ativos)-- foi discutida na reunião de política desta quinta-feira.

A inflação na zona do euro desacelerou a 0,5 por cento em março, nível visto pela última vez quando a economia estava em profunda recessão em 2009, mas o movimento foi provocado por preços baixos de alimentos e energia que o banco geralmente considera temporários.

Draghi disse que o risco de deflação permanece limitado e classificou os números mais recentes de inflação como difíceis de ler, em parte devido ao fato de o feriado de Páscoa cair em abril neste ano depois de ter acontecido em março no ano passado, portanto adiando o impacto da alta de preços de viagens e hotéis em um momento em que muitas pessoas viajam.

"Precisamos de mais informações para avaliar se houve uma mudança na perspectiva de médio prazo (de inflação)", disse ele.

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